Cerca de 400 mulheres, entre delegadas, dirigentes e assessorias sindicais e convidadas participaram virtualmente da 7ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais Agricultoras Familiares e reafirmaram toda a sua potência e coragem nas profundas análises e debates ao longo das manhãs dos dias 28 e 29 de outubro de 2020.
As delegadas aprovaram propostas de estratégias de ações político-sindical para serem debatidas nas plenárias preparatórias ao 13º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (13º CNTTR), que será realizado de 6 a 8 de abril de 2021.
A 7ª Plenária Nacional contou com uma programação diversa e dinâmica, com mística, abertura política, análise de conjuntura, exposições, debates, plenária de votação, apresentação de vídeo, entre outros momentos que contribuíram para alcançar os objetivos da Plenária. Foram duas manhãs de muitos debates, muitas contribuições, de reafirmação da nossa luta e da nossa força para o enfrentamento às desigualdades de gênero, aos retrocessos, à violência, entre outras formas de opressão das mulheres. Saímos da Plenária mais fortalecidas para seguirmos na luta, avalia a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais.
Na abertura política, no dia primeiro dia da Plenária, Mazé Morais destacou que: Vivenciamos um grande processo de construção, realizamos Plenárias Estaduais, cirandas e outros espaços de formação, debates e de mobilização para chegarmos aqui com excelentes proposições ao Documento da nossa 7ª Plenária Nacional e ao Documento Base do 13º CNTTR. Todo esse processo também demonstrou o quanto estamos aprendendo a articular as nossas ações mesmo que virtualmente, completa Mazé.
Toda a Diretoria da CONTAG também participou dos dois dias e, além de desejar sucesso na realização da Plenária, destacou a importância da participação das mulheres no movimento sindical e na garantia da sua sustentabilidade político-financeira. Foi destacado ainda pela Diretoria o atual cenário que passa o País neste momento que acontece a 7ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais Agricultoras Familiares, em plena crise política, econômica, social, sanitária e ambiental e enfrentando um governo machista e que está empenhado no desmonte das políticas públicas e na invisibilização da agricultura familiar, principalmente das mulheres agricultoras.
A análise de conjuntura contou também com a contribuição da professora e educadora popular Socorro Silva, que trouxe palavras encorajadoras às mulheres. Não queremos voltar ao normal, pois esse normal é o do capitalismo, do avanço da política privatista e do desmonte. Precisamos combater essa necropolítica, que podemos chamar de política da morte, que desvaloriza a vida e as mulheres e crianças. Que não nos falte coragem!, destacou Socorro.
ESTRATÉGIA 1
Ainda no 1ª dia da Plenária foi debatida a Estratégia 1: A importância das mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares para o fortalecimento da agricultura familiar e os desafios enfrentados. Esse debate foi coordenado pela secretária de Mulheres da Fetag-PI, Marlene Veloso, e com a exposição da secretária de Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento, e da representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Elizabeth Cardoso.
O debate sobre essa estratégia destacou o papel das mulheres enquanto guardiãs da vida, das sementes e protagonistas da agroecologia e da produção de alimentos saudáveis. Também foram apontados como desafios a injusta divisão do trabalho doméstico, as várias formas de violência contra as mulheres, a tentativa de invisibilizar as agricultoras familiares, entre outros desafios.
ESTRATÉGIA 2
No segundo dia, o primeiro debate foi sobre a Estratégia 2: Fortalecimento da participação política das mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares no MSTTR, com a coordenação da secretária de Mulheres Fetag-RS, Maribel Moreira, e com a exposição da secretária de Mulheres da Fetaes, Augusta Búffolo, e da representante do SOS Corpo, Silvia Camurça.
Esse debate trouxe a importância de ampliar e fortalecer a participação das mulheres na CONTAG, Federações e Sindicatos, com garantia da paridade de gênero, de renovação igualitária, bem como de alternância nos cargos entre homens e mulheres. Também foram destacados números que comprovam a importante contribuição das mulheres no movimento sindical, sendo a maioria das pessoas sindicalizadas e que mais contribuem financeiramente com o MSTTR, como aposentadas ou sócias de balcão. Foi reforçado, ainda, que é preciso eleger mulheres nas eleições municipais desse ano para fortalecer também a representação feminina nos espaços de poder.
ESTRATÉGIAS 3 E 4
O segundo debate do dia agregou as Estratégias 3 e 4: As mulheres na organização e estrutura sindical e a participação delas para a sustentabilidade político-financeira do MSTTR. Esse debate foi coordenado pela secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, e contou com a exposição da secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Nesse debate foi reconhecida a importância das mulheres na garantia da sustentabilidade político-financeira do movimento sindical, principalmente nesse cenário em que é preciso garantir as revalidações das autorizações de aposentados(as) até o final de 2021. O movimento sindical entende que as mulheres são fundamentais nesse trabalho de base e nessa articulação política. Também foram apontados como desafios o baixo número de Sindicatos com registro sindical e a necessidade de aproximar as nossas entidades da base.
ESTRATÉGIA 5
O último debate foi sobre a Estratégia 5: A formação político-sindical com base na educação popular feminista como estratégia para o avanço da luta das mulheres, com a coordenação de Mazé Morais, e exposição da secretária de Mulheres da Fetagri-PA, Camila Castro, e da coordenadora pedagógica da ENFOC/CONTAG, Raimunda Oliveira.
Não só neste debate, mas em toda a Plenária, foi reforçado pelas mulheres o importante papel dos processos formativos no MSTTR e que o feminismo se referencia nos princípios da educação popular, que também se recria a partir das práticas feministas. Também houve o reconhecimento do importante papel das mulheres na formação político-sindical, inclusive que a Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC) nasceu do sonho das mulheres.
Sempre após os debates de cada estratégia foram apresentadas as propostas e novas propostas relacionadas a cada uma delas, sendo todas aprovadas pela ampla maioria das delegadas da 7ª PNTTR. Essas propostas serão remetidas à aprovação das delegadas e delegados do 13º Congresso da CONTAG.
Vem que o lugar da mulher
É aonde ela quer
Segue o sonho não se renda
Com respeito o meu peito
Não vai se calar
Tá no mundo inteiro
As cores que vão transbordar
Aidê eee
(Música: Lugar de mulher Cores de Aidê)
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi