A conjuntura atual do Brasil é de aumento da fome e da pobreza, de perdas e violações de direitos, de desmonte das políticas públicas, ameaça à democracia e à soberania nacional, de aumento da violência, entre outros problemas e retrocessos gerados pelo modelo de desenvolvimento neoliberal em curso no País.
Os grupos sociais mais afetados por esta conjuntura são a classe trabalhadora, os movimentos sociais e sindical, as populações do campo, da floresta e das águas, em especial as mulheres, populações negras, indígenas e mais pobres. Os impactos vão desde o desemprego, a fome, a pobreza, a sobrecarga de trabalho, aumento de todas formas de violência, inclusive o feminicídio, perdas de direitos, entre outros.
Frente a esse cenário, as Margaridas já estão preparando a 7ª Marcha das Margaridas, que irá ocorrer em 2023, e realizaram a Oficina de Avaliação do 1º Módulo e preparação do 2º e 3º módulos do Curso Nacional de Formação Político Sindical: Mulheres e Desenvolvimento Territorial Sustentável para alimentar e nutrir transformações sociais, entre os dias 09 e 11 de maio, na sede da CONTAG, em Brasília, reunindo as secretárias de Mulheres da Confederação e das Federações filiadas, e as representantes das organizações parceiras.
As companheiras aproveitaram essa 2ª reunião ampliada de preparação da Marcha das Margaridas para fazer essa profunda análise como processo de atualização dos eixos temáticos da maior e mais efetiva ação de luta das mulheres do campo, da floresta e das águas. Da última reunião para cá surgiram novos elementos da conjuntura. Para prepararmos bem a Marcha das Margaridas, precisamos sempre olhar para o chão que estamos pisando para construir os novos passos e construir a nossa plataforma com eixos temáticos bem atuais, avalia a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais.
Segundo Mazé, outro resultado da reunião foi a discussão sobre a elaboração de proposta de Carta Política das Margaridas para as(os) candidatas(os) do campo progressista, em especial as candidaturas orgânicas do Sistema Confederativo CONTAG e das organizações parceiras da Marcha. A nossa meta é finalizar e apresentar a Carta Política até o mês de junho para incidir diretamente nos projetos e programas de governo e do legislativo, principalmente nas questões estruturantes que impactam diretamente a vida das famílias, principalmente das mulheres, como a questão da fome, que tem impactado de forma perversa na vida das companheiras, explicou a dirigente.
Além desses debates, a programação da oficina também focou na socialização e na pactuação dos acúmulos da construção da Marcha em relação ao caráter, objetivos, eixos, parcerias, mobilização, comunicação, financiamento, ato em Brasília e agenda nacional, entre outros temas.
Foram três dias de muito trabalho e debate coletivo. Tenho certeza que a cada reunião vamos nos fortalecendo e nos mantendo firmes na luta e sempre acreditando na realização de mais uma Marcha das Margaridas potente, diversa, propositiva e protagonizada pelas mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades. E, dessa vez, estamos confiantes de que iremos conseguir entregar uma pauta para um governo popular e democrático, defendeu Mazé Morais.
Mesmo com todo esse cenário desolador que passa o País, as mulheres estão cada vez mais fortes, e esse sentimento anima ainda mais esse processo preparatório. Analisando a conjuntura, que não está fácil, as mulheres disseram que, independente do cenário no próximo ano, vamos estar nas ruas de Brasília lutando e dizendo que as Margaridas estão aqui por uma sociedade mais justa, igualitária e em defesa da democracia, completou.
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi