O Brasil ultrapassou a triste marca de 300 mil óbitos pela Covid-19. Para além do número elevado de mortos, essa marca é muito preocupante, principalmente pelo acelerado avanço da doença durante o mês de março e, especialistas apontam que teremos um mês de abril ainda difícil. Desde o início de fevereiro de 2021, a média móvel de mortes, média diária calculada a cada sete dias, só aumenta. Do período de 17 a 23 de março, a média móvel de óbitos foi de 2.349 pessoas/dia, este número faz do Brasil o país com a maior média móvel de mortes no mundo. Em números absolutos, nesta quarta-feira, dia 24 de março, o Brasil registrou 12.226.530 casos e 301.087 óbitos acumulados.
Preocupa, ainda, o surgimento de novas variantes. A nova variante brasileira P.1 do coronavírus, que surgiu no estado do Amazonas, tem carga viral dez vezes maior do que outras versões do vírus, alerta estudo feito pela Fiocruz. Portanto, o avanço da Covid-19 no Brasil é muito preocupante, o que torna urgente a tomada de medidas que evitem aglomerações, sob pena do País não conseguir reduzir a tendência do número de infectados(as) e, consequentemente, o surgimento de novas variantes, tendo como consequências o colapso do sistema de saúde e o aumento da média móvel de óbitos.
Experiências em diversos países no mundo demonstram que, para além das medidas de prevenção já conhecidas, a única forma eficaz de combater a contaminação do vírus é por meio da compra e/ou produção de vacina e da vacinação em massa. Já conseguimos vencer a guerra da vacina, o mundo já produziu várias vacinas que se mostraram eficazes. No caso do Brasil, falta vencer a batalha da vacinação. Hoje, dos mais de 210 milhões de habitantes, até o momento, o País conseguiu vacinar apenas 13.389.523 pessoas, ou seja, 6,32% com a primeira dose, e 4.418.425 pessoas, o que corresponde a 2,09% com a segunda dose. Portanto, ainda estamos distantes de alcançar os 70%, parâmetro adotado pelos cientistas como mínimo para se reduzir o impacto da doença e se alcançar a imunidade coletiva pela Covid-19.
Infelizmente, o negacionismo por parte do governo federal, atrelado à falta de planejamento prévio para a produção e compra de vacinas, fez com que o Brasil chegasse tardiamente ao mercado que está produzindo vacinas contra a Covid-19, trazendo como consequência o agravamento da doença e o baixo nível de imunização da população brasileira.
Diante desse contexto, a CONTAG vem a público denunciar a incompetência do governo federal diante da pandemia, principalmente na morosidade com relação à disponibilização de vacinas a toda a população brasileira, o que acarreta na violação aos direitos humanos, consagrado na Constituição Federal. Ao mesmo tempo, a Confederação presta a sua homenagem às pessoas vitimadas pela Covid-19, se solidariza com as mais de 300 mil famílias e amigos(as) em luto entre elas de trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares e com a luta das(os) profissionais de saúde para preservar o direito fundamental à vida, mesmo estando em risco a sua. A vocês todo o nosso agradecimento em nome dos povos do campo, da floresta e das águas.
Diretoria da CONTAG FONTE: Diretoria da CONTAG