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COMBATE À PANDEMIA
Brasil sofre sério risco de falta de medicamentos para intubação de pacientes com Covid-19
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22 de Março de 2021


Divulgação/ Agência Brasília
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Conforme matérias divulgadas por vários jornais na última semana, no Brasil há riscos iminentes de falta de medicamentos para intubação de pacientes em UTIs. Segundo uma das reportagens, “o chamado kit intubação - com medicamentos para anestesia, sedação e relaxamento muscular - está quase zerado e em grande parte do país e pode não durar os próximos 20 dias”.

Também em matéria divulgada pela CNN Brasil, em 19 de março de 2021, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) informou que, em 12 de agosto de 2020, o governo federal cancelou a chamada “Operação Uruguai II”, que tinha como objetivo importar do país vizinho mais insumos médicos necessários para o tratamento e intubação de pacientes vítimas da Covid-19. De acordo com informações do CNS, o governo federal não prestou informações sobre os motivos que o levou a efetuar o cancelamento.

Preocupado com essa desistência da compra destes medicamentos, o Conselho Nacional de Saúde emitiu, em 20 de agosto de 2020, a Recomendação nº 54, alertando ao Ministério da Saúde sobre os riscos deste cancelamento. Na Recomendação nº 54, além da recomendação sobre a compra de medicamentos, o CNS recomendou também que o Ministério da Saúde assumisse a coordenação nacional e disponibilizasse os recursos para a saúde, com especial atenção para o combate à pandemia.

Destaca-se, ainda, que em maio de 2020, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) também encaminharam notificações ao Ministério da Saúde, alertando sobre a possível falta de medicamentos necessários para intubação no País.

O Brasil se aproxima das 300 mil mortes. Neste domingo, 21 de março, o país registrou 11.998.233 casos acumulados e 294.042 óbitos. O aumento da média móvel de casos e de óbitos agrava a situação da rede hospitalar. O último boletim divulgado pela Fiocruz, em 17 de março, traz a seguinte taxa de ocupação nos leitos de UTIs: dos 26 estados da federação mais o Distrito Federal, 24 estão com taxas iguais ou superiores a 80%, sendo que destes, 15 estão com taxas iguais ou superiores a 90%. Em relação às capitais, 25 das 27 estão com taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos iguais ou superiores a 80%, sendo que destes, 19 estão com taxas superiores a 90%. De acordo com a classificação da Fiocruz, quando estes índices estão acima de 80% a situação é considerada crítica.

Especialistas chamam atenção que, disponibilizar leitos de UTI sem a disponibilização dos medicamentos para intubação e sem a tomada de medidas necessárias de isolamento físico, uso de máscara, álcool em gel e sem a retomada urgente do auxílio emergencial, o Brasil não resolverá a situação de colapso em que se encontra a sua a rede hospitalar.

A situação é tão grave que, neste domingo, dia 21 de março, mais de 500 economistas, banqueiros e empresários, que sempre apoiaram o presidente, agora elaboraram uma carta aberta à sociedade manifestando-se contra a postura do governo federal frente às medidas de combate à pandemia. Na referida carta, apresentam quatro recomendações: (i) acelerar o ritmo da vacinação, o Brasil somente vacinou em torno de 5% da sua população; (ii) incentivar o uso de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa; (iii) implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional; e (iv) criar mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional preferencialmente pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores orientada por uma comissão de cientistas e especialistas. Alertam, ainda, para o efeito devastador da pandemia sobre a economia e para a precariedade do nosso sistema de proteção social e, neste sentido, chamam a atenção para a importância do auxílio emergencial como única forma de proteção para os trabalhadores e trabalhadoras mais vulneráveis. Concluem a carta relatando que “o país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito”.

A CONTAG vê com muita preocupação a falta de medicamentos de intubação, se solidariza a todas as famílias que perderam seus entes queridos e repudia a forma como o governo federal vem tratando a pandemia. Reforça a luta pela aprovação urgente da continuidade do auxílio emergencial de R$ 600,00 enquanto durar a pandemia, se soma às recomendações do Conselho Nacional de Saúde pelo aumento do orçamento da Saúde e, mais do que nunca, reforça que está comprovada a importância de continuarmos fortalecendo o SUS, principalmente no combate à Covid-19.

Diretoria da CONTAG

FONTE: Diretoria da CONTAG



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