Nesta sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021, completa um ano do aparecimento do primeiro caso da Covid-19 no Brasil, registrado no estado de São Paulo. Até o momento, o País contabiliza mais de 250 mil mortes e mais de 10 milhões e trezentos mil casos.
Ao longo de um ano, a doença passou por duas ondas, a primeira alcançou o seu pico no final de julho de 2020 e, a segunda, teve início a partir da segunda quinzena de novembro. Agravada pelas festas de final de ano, a segunda onda atingiu, na última semana do mês de fevereiro, a maior média móvel de mortes desde o início da pandemia, mais de 1.100 óbitos por dia.
O avanço da doença é acelerado com o surgimento de uma nova variante no estado do Amazonas. Esta nova variante agravou bastante o quadro naquele estado, centenas de pessoas perderam suas vidas, principalmente pela falta de oxigênio. No dia 23 de fevereiro de 2021 o Ministério da Saúde divulgou informações sobre o rastreamento de 204 casos da nova variante avançando em outros estados do Brasil. Também surgiram em outros países outras variantes e especialistas apontam que o seu aparecimento tem relação direta com a falta de aplicação de medidas preventivas, principalmente a falta de higienização do corpo e das superfícies dos espaços com maior circulação de pessoas, uso de máscaras e isolamento social.
Na busca de se encontrar uma forma de prevenção definitiva da doença, várias vacinas foram fabricadas e testadas no mundo, todas com eficácia geral já comprovada. As que se encontram em estado mais avançado são: Vacina da Oxford/Astrazeneca com 90%, Sputinik 94%, Coronovac/Sinovac: 50,38%, Pfizer/BioNtech: 90%, Moderna 94,5% e Johnson & Johnson: 66%.
No Brasil já foram distribuídas 10 milhões e 900 mil doses de vacinas, sendo 2 milhões da Oxford/Astrazeneca e mais de 8 milhões da Coronovac. Após um mês de distribuição destas doses foram vacinadas 6.765.829 pessoas com a primeira dose e 1.684.569 com a segunda dose. O número de vacinados com a primeira dose corresponde apenas a 2,92% da população brasileira, ou seja, muito longe de alcançar o número mínimo de 70% da população total, número este, apontado pelos especialistas como parâmetro mínimo para que a imunidade coletiva seja alcançada.
No mundo mais de 50 países já iniciaram a vacinação. Os países que mais vacinaram foram os Estados Unidos, com mais de 65 milhões de doses; a China, com mais de 40 milhões de doses; a União Europeia, com mais de 28 milhões de doses; o Reino Unido, com mais de 18 milhões de doses; a Índia, com mais de 12 milhões de doses; Israel, com mais de 7 milhões de doses, e o Brasil, com mais de 6 milhões de doses. Apesar de o Brasil ter um Programa Nacional de Imunizações (PNI) e uma rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), com experiência comprovada em processos ágeis de vacinação de outras doenças, a vacinação contra a Covid-19 não avança. O governo federal insiste no negacionismo contra a doença e continua a colocar disputas ideológicas e políticas a frente da urgência de salvar vidas.
No Brasil, especialistas apontam que mesmo com o agravamento da doença, o País aplica pouquíssimas medidas de prevenção à Covid-19. O Ministério da Saúde não exerce liderança no desenvolvimento de uma ação articulada com os governos estaduais, distrital e municipais, impossibilitando, dessa forma, o controle de fronteiras, instalação de barreiras sanitárias e, principalmente, não tem um plano de ação que viabilize o processo de vacinação da população.
Diante da postura adotada pelo governo federal, a CONTAG vê com muita preocupação a situação atual do avanço desenfreado da doença no Brasil e repudia qualquer tentativa de se colocar a disputa partidária e ideológica em detrimento da necessidade de se salvar vidas.
Para a CONTAG, é urgente que o governo federal desenvolva um plano de ação articulado com os governadores de todos os estados e, neste plano, sejam sinalizadas ações concretas e emergenciais para a instalação de infraestrutura, logística e de armazenamento adequado para cada vacina, bem como desenvolva um amplo processo de informação sobre a importância de imunização da população brasileira como única forma eficaz de combate à Covid-19.
Diretoria da CONTAG FONTE: Diretoria da CONTAG