“As mudanças climáticas não são mais uma utopia, agora são realidade e já estamos sentindo os impactos. Então, precisamos estimular debates conjuntos para contribuir com formas de reduzir esses danos”, iniciou o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Alberto Broch.
Em algumas regiões, períodos de estiagem mais longos. Em outras, chuvas destruidoras. Regiões com temperaturas extremas, tanto para o frio quanto para o calor. Agricultores e agricultoras familiares de diferentes estados tendo suas produções de alimentos afetadas por conta das mudanças climáticas.
Tendo em vista a necessidade da conscientização sobre o papel importante da agroecologia para a diminuição dos impactos do aquecimento global, a CONTAG realizou o Seminário Nacional Agroecologia e produção resiliente de alimentos às mudanças climáticas, nos dias 25 a 27 de março, em Brasília/DF.
“Nem sempre fazemos as correlações das mudanças climáticas com as nossas ações sindicais. É importante, enquanto agricultoras e agricultores, a gente fazer essa ligação e entender a situação pra que, de fato, a nossa ação sindical seja a reivindicação da política pública que garanta que continuemos produzindo alimentos saudáveis, naturais e, de preferência, agroecológicos”, declarou a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
O seminário, além de ter contado com diferentes momentos para contribuições dos/as participantes, abordou assuntos como sistemas alimentares e ação climática; iniciativas regionais e globais da CONTAG na transformação dos sistemas alimentares e ação climática; ações para a transição agroecológica e fomento da produção resiliente às mudanças climáticas; experiências na produção agroecológica e certificação participativa.
“Esse seminário reafirma o nosso compromisso com a Agroecologia e com o nosso Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. As experiências da nossa base nos mostra que é possível fazer a transição agroecológica, mas para isso é necessário termos políticas públicas estruturantes e o compromisso do estado brasileiro com a agroecologia”, completou a secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques Pinto.
Resultados
A participante Maria Luciana Leite, do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de Ouro Branco (AL), explicou que o seminário foi de grande importância para o compartilhamento de ideias e experiências de luta na agricultura familiar e no movimento sindical.
“O seminário foi de muita importância para nós juventude e agricultores e agricultoras familiares para que possamos melhorar a nossa produção orgânica de forma agroecológica. Hoje, nós sabemos o tamanho da dificuldade que enfrentamos pra ter essa produção agroecológica por conta dos venenos, dos agrotóxicos e adubos químicos que dificultam a nossa produção agroecológica. Nós não podemos perder o direito garantido de poder produzir e adquirir alimentos de qualidade e saudáveis”, compartilha.
As contribuições feitas pelos participantes durante o Seminário Nacional Agroecologia e produção resiliente de alimentos às mudanças climáticas serão utilizadas para fomentar o próximo congresso da CONTAG, em março de 2025, que terá um foco mais delimitado em agroecologia.
“Será feita a sistematização pra poder, a partir deste debate, contribuir na elaboração do documento base porque é de extrema importância que o nosso próximo congresso se debruce mais sobre o papel da agroecologia para a gente avançar mais na agricultura família em nosso país”, declara a secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Fonte: Comunicação CONTAG – Malu Souza