Hoje, dia 3 de outubro, é celebrado o Dia Nacional da Agroecologia, um modo de vida baseado na construção de relações sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais mais justas. Este modo de produção gera não somente alimentos saudáveis, mas também relações de unidade e respeito entre as pessoas e todos os seres do planeta.
A celebração tem o objetivo de chamar a atenção para a importância da agroecologia na saúde da sociedade e do meio ambiente. A data se torna ainda mais estratégica nesse momento crítico que passa o planeta, de mudança climática, de devastação do meio ambiente, de recorde na liberação de agrotóxicos, entre outros retrocessos.
A secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti, compartilha que “a data é importante para firmar o quanto que a agroecologia faz parte da nossa discussão, principalmente porque é a agricultura familiar que mais pratica a agroecologia nesse país. E neste cenário de mudança climática, com crises ambientais e sanitárias, nós frisamos a importância da agroecologia, como um movimento, um modo de vida e uma forma de produção mais sustentável, resiliente e biodiversa.”
O conhecimento agroecológico é fruto dos saberes ancestrais, da forma como os povos tradicionais, indígenas e quilombolas se relacionavam com a natureza, com a comida e com as pessoas. Tal modo de vida depende do acesso à terra, ao território e à água, e das práticas de respeito e cuidado com a biodiversidade e os bens comuns.
Historicamente, são as agricultoras do campo, da floresta, da águas e urbanas que assumem o papel fundamental da agroecologia. E elas têm lutado em defesa do reconhecimento do papel das mulheres na produção de alimentos, de artesanatos e de outros produtos enraizados na vida, nos territórios e comunidades, na proteção e conservação do meio ambiente.
Para a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Mazé Morais, “a agroecologia é feminista, desenvolvida desde sempre a partir do trabalho das mulheres, que cultivam alimentos saudáveis nos seus quintais produtivos e valorizam as culturas alimentares. A luta das mulheres do campo, da floresta e das águas por soberania e segurança alimentar e nutricional são indissociáveis da defesa e da construção da agroecologia. Afinal, só existe garantia de comida de verdade que chegue à mesa, à barriga e ao coração do povo se a produção e distribuição dos alimentos tiverem como base a construção de práticas socioambientais.”
Neste dia, e em todos os outros, celebramos a força da agricultura familiar e dos povos do campo, da floresta e das águas, que são guardiões da biodiversidade e cuidam do futuro do nosso planeta.
Sem agroecologia, não há futuro!
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG