"Os(as) agricultores e agricultoras familiares precisam de um pedaço de terra para poder plantar, vender e alimentar suas famílias e comunidades".
O sistema capitalista é baseado na lógica da acumulação e no enriquecimento de poucos e na miséria de muitos e, por sua vez, produzindo um abismo social e tragédias cotidianas.
No campo, o capitalismo materializado nas cadeias econômicas do agronegócio, das mineradoras e das madeireiras, explora os territórios, provocando a violência, o trabalho escravo contemporâneo e a devastação dos biomas brasileiros, especialmente da Amazônia, do Cerrado, do Pantanal e da Mata Atlântica.
Essa forma de agir do capitalismo exploratório é responsável pelo assassinato dos povos tradicionais e originários, de ativistas, de ambientalistas, de jornalistas, dentre outras referências de pessoas e/ou de populações que vivem ou defendem os territórios rurais.
Dados do último relatório “Conflitos no Campo Brasil 2021” da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que a violência no campo não cessa no Brasil. No ano passado cresceram em 1.110% as mortes consequentes de conflitos no campo; e as agromilícias e agentes públicos cometeram 35 assassinatos em áreas rurais, número superior aos 20 registrados em 2020. Na Amazônia Legal foram mais de duas execuções por mês, sendo 80% do total do Brasil.
“O aumento da violência do campo brasileiro é resultado da atual política do governo federal, pois tem promovido o desmonte da estrutura dos órgãos de desenvolvimento agrário no país, a exemplo do sucateamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)”, pontua o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos.
Diante deste cenário, o Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) tem atuado no Congresso Nacional e em articulação com organizações sociais em campanhas e frentes contra a violência no campo e pela reforma agrária, como a recém-lançada Campanha Contra a Violência no Campo; a Campanha Despejo Zero; a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida; a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado; a Campanha “A vida por um fio”e o 10º Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA).
“O Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) tem ampliado sua atuação na luta contra a violência no campo e pela reforma agrária porque os(as) agricultores e agricultoras familiares e demais povos tradicionais precisam de um pedaço de terra para poder plantar, vender e alimentar suas famílias e comunidades, além de continuar guardando os recursos naturais dos seus territórios. Os governos (federal, estaduais e municipais) precisam promover a reforma agrária e a regularização fundiária. Nesse mesmo caminho devem seguir as leis que nascem a partir do Congresso Nacional”, destaca o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos.
Fonte: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes