Chuvas intensas, alagamentos, secas e ondas de calor. As mudanças climáticas impactam todas as pessoas, mas em especial a agricultura familiar. Os ciclos de semeadura e colheita são afetados, que por consequência põem em risco o meio de vida dos trabalhadores, agricultores e agricultoras familiares e ameaçam a produção de alimentos.
“Infelizmente estamos entre os mais impactados com as mudanças climáticas e a gente precisa se posicionar nesse cenário. Precisamos de investimentos em pesquisa pública, ATER pública de qualidade e acesso a recursos para adaptação. Então, precisamos de uma política climática específica”, compartilhou a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
Em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Governo Federal lançou o processo on-line de participação social na construção do Plano Clima. As contribuições enviadas por meio da plataforma Brasil Participativo serão consideradas na elaboração da iniciativa, que guiará a política climática brasileira até 2035 e apresentará medidas para prevenir e lidar com os impactos da emergência climática.
Pensando nisso, a CONTAG pautou a necessidade da criação de um plano de adaptação específico para a agricultura familiar.
“A agricultura brasileira não é uma só. A agricultura familiar precisa de melhores condições pela sua vulnerabilidade, mas já possui sistemas de produção diferenciados que emitem menos carbono na atmosfera e isso já é uma grande contribuição para a mitigação às mudanças climáticas.”, continua a secretária.
A primeira etapa é guiada pela pergunta "Como o Brasil pode contribuir para o enfrentamento da emergência climática e reduzir seus impactos?". Cidadãs e cidadãos poderão apresentar até três propostas e votar em no máximo outras dez, relacionadas a 18 temas, até 5 de agosto deste ano.
As contribuições mais votadas na Plataforma Brasil Participativo serão consideradas na construção do Plano Clima, elaborado com a participação de mais de 20 ministérios. Será composto de estratégias nacionais e planos setoriais de mitigação e adaptação, além de quatro estratégias transversais.
“O Plano Clima vai ditar as metas de emissão do Brasil para os próximos 10 anos e vai subsidiar a construção das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), compromisso brasileiro com os acordos internacionais de mudança do clima. Não podemos esquecer que a agricultura familiar produz alimentos saudáveis, com diversidade de produção, sistemas de produção diferenciados e com menos emissão de carbono. Então, trazem muitos mais benefícios ao meio ambiente e também à pauta climática”, pauta Sandra Paula Bonetti.
É fundamental a sua contribuição na votação para garantir que a agricultura familiar seja considerada de maneira justa. Por isso, vote!
"É a agricultura familiar marcando presença", destaca a secretária.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG