O IBGE divulgou nesta quinta-feira (31) os dados do emprego e desemprego, mostrando estabilidade em relação a janeiro. A taxa de desemprego ficou em 11,2%, a mesma de janeiro, e o número de desempregados(as) permanece acima dos 12 milhões, patamar do qual não ficamos abaixo desde meados de 2016. Por outro lado, a população que ainda permanece fora da força de trabalho, sem emprego e sem procurar emprego, ainda está 5% acima do patamar pré-pandemia. São cerca de 4 milhões de brasileiros(as) em idade de trabalhar que ainda não retornaram ao mercado de trabalho, de um total de 65 milhões de brasileiros(as) fora da força de trabalho.
O percentual de pessoas procurando emprego sem achar há mais de dois anos superou os 30%, no fim de 2021 era apenas 23%, segundo o IPEA. O alto desemprego é sentido de forma desigual pelo País. Enquanto no Nordeste a taxa ficou em 14,7% no fim de 2021, no Sul ficou em 6,7%. A falta de perspectivas ajuda a explicar esta situação de desalento, mitigada pelo auxílio emergencial e pelo Auxílio Brasil. Mas, a ajuda é muito pouca diante da escalada inflacionária.
O índice de inflação medido pelo IPCA voltou a subir nos dois primeiros meses do ano, levando o índice geral para 10,54% em 12 meses, sendo que a inflação para o item Alimentos e Bebidas ficou em 9,12%. A inflação continua a corroer o poder de compra dos salários. O rendimento médio do(a) trabalhador(a) acumula uma queda de 10% em relação a fevereiro de 2020, e ao que tudo indica, pelos dados das negociações coletivas acompanhados pelo Dieese, deve cair ainda mais. Menos poder de compra, menos comida na mesa, mais comida de pior qualidade nutricional e infelizmente mais fome e carestia. FONTE: Subseção do Dieese/CONTAG