Há 41 anos o dia 12 de agosto não é mais o mesmo. Isso porque foi a data que, em 1983, a trabalhadora rural e líder sindical, Margarida Maria Alves, foi assassinada a tiros a mando de latifundiários, em Alagoa Grande (PB), na porta de sua casa.
“Ela foi uma líder corajosa, cuja vida e sacrifício marcam a luta das mulheres do campo, da floresta e da águas. Dedicou a sua vida a defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, inspirando gerações com sua coragem e determinação”, compartilha a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Mazé Morais.
Margarida Alves rompeu padrões tradicionais de gênero, sendo a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, cargo que permaneceu durante 12 anos. A paraibana lutou para que as trabalhadoras e os trabalhadores do campo tivessem seus direitos respeitados, como carteira de trabalho assinada, férias, 13º salário e jornada de trabalho de 8 horas diárias.
Seu legado não será esquecido e motiva milhares de mulheres a se reunirem em marcha, lutando pelo fim da violência contra as mulheres, pela saúde, pela educação, pela garantia do direito à terra e aos territórios.
“Para honrar seu legado, as Margaridas seguem em marcha. No ano passado, reunimos mais de cem mil de mulheres em Brasília, cobrando direitos e políticas públicas. Estamos firmes nessa luta e continuaremos exigindo ações efetivas do governo por agroecologia, fomento produtivo, assistência técnica, quintais produtivos e combate à violência”, continua a secretária.
O crime segue impune, mas seu legado permanece vivo. Margarida Alves é símbolo de luta, força, coragem, resistência e luta contra a violência no campo, pela reforma agrária e fim da exploração das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais.
“Margarida Alves nos ensinou que a luta é constante. Hoje, seguimos unidas e fortes, construindo um futuro mais justo e digno. Sua memória nos guia e fortalece. Margaridas em marcha pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver. Por Margarida Alves e por todas nós!”
Margarida Alves, presente!
Por Malu Souza / Cmunicação Contag