O governo anunciou na sexta passada, dia 30 de agosto, o valor de referência para o salário mínimo em 2025, passando de R$ 1.412,00 deste ano para R$ 1.509,00. Nominalmente, é um aumento de 6,87%, que é fruto da soma do crescimento de 2,91% do PIB de 2023, mais a inflação de 3,82%, pelo INPC. Pela fórmula atual do reajuste do salário mínimo, o ganho real é dado justamente pelo crescimento do PIB de 2 anos para trás. Como este ano temos a previsão de crescimento de 3% do PIB, já está encomendado o reajuste real do salário mínimo em 2026, neste montante.
O valor do salário mínimo é importante no anúncio do Projeto de Lei Orçamentária, porque é referência para diversos benefícios concedidos pelo governo federal, como a aposentadoria pelo INSS e os benefícios de prestação continuada e invalidez. Esse reajuste garante que quem recebe o piso destes benefícios também tenha aumento da sua renda e a agricultura familiar é beneficiada diretamente. Com mais recursos, o trabalhador e a trabalhadora podem consumir mais alimentos saudáveis, e o aposentado e aposentada rural têm a garantia do aumento da sua renda.
A retomada da política de valorização do salário mínimo, em 2023, tem ajudado a alavancar o crescimento do país, aumentar a massa salarial e o consumo de bens básicos e, assim, melhorar a alimentação do povo brasileiro. Se engana quem acha que o aumento real do salário mínimo acaba sempre contribuindo para o aumento da inflação e o desemprego. Ao contrário, o aumento real do salário mínimo tem sido acompanhado da queda do desemprego e do controle da inflação pelo governo. O governo vai assim cumprindo o seu objetivo de colocar o país na rota do crescimento da distribuição de renda, justiça social e erradicação da fome.
Por Alexandre Ferraz, economista e responsável pela Subseção do Dieese na CONTAG