Nesta quarta-feira (12), a CONTAG se uniu à Frente Parlamentar de Economia Popular e Solidária da Câmara dos Deputados para realizar o Seminário Bioeconomia das Plantas Medicinais na Agricultura Familiar.
O momento debateu caminhos que ampliem as oportunidades para os trabalhadores e trabalhadoras do campo, da floresta e das águas ao mesmo tempo em que contribui para a ampliação do acesso a alternativas de cuidado e saúde para a população.
O então presidente da Frente, deputado Carlos Veras (PT-PE), compartilhou que “foram as plantas medicinais que nos trouxeram até aqui. Se não fossem elas, muito de nós não estaríamos aqui para contar a história, não estaríamos vivos e vivas. É fruto dessa sabedoria popular que as nossas famílias, nossos antepassados nos trouxeram até aqui. Mas, hoje, nós damos um passo para a lei e entendimento que o cultivo destas plantas também são organizadas em forma econômica, que não é só para curar a nossa saúde e de nossos filhos, é também como uma atividade econômica, uma atividade da economia solidária.”
Durante a atividade, o deputado Fernando Mineiro (PT-RN), foi empossado como novo presidente da Pasta da Câmara dos Deputados e coordenou a mesa. O parlamentar compartilhou que “este evento está sendo realizado pela Frente Parlamentar de Economia Popular e Solidária juntamente com a CONTAG. Então, queremos parabenizar a CONTAG pela luta e caminhada para pautar este assunto.”
Além dos deputados, a mesa foi composta pelas dirigentes da CONTAG, Vânia Marques Pinto e Edjane Rodrigues; e representantes do Ministério da Saúde, Victor Doneida e Lilian dos Santos Rahal; Fiocruz, Wagner Martins; Unicafes, Marcos Gomes; e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Regilane Fernandes e Patrícia Apolinário.
A secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques Pinto, destacou que a agricultura familiar, além de alimentos saudáveis, também produz plantas medicinas e fitoterápicos de forma sustentável e respeitando o meio ambiente.
“O nosso desafio é organizar a produção da cadeia produtiva das plantas medicinais. Acessar os mercados institucionais e fazer chegar as plantas medicinais beneficiadas nas prateleiras dos supermercados, nas feiras e nas bodegas. Mas para isso a agricultura familiar precisa de acessar as políticas públicas, principalmente aquelas pensadas especialmente para esse arranjo produtivo.”, compartilhou.
A secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues, avaliou que o evento foi importante para institucionalizar e abordar a realidade, vivências, identidade e o sentimento de pertencimento daquelas e daqueles que estão em seus territórios cuidando de sua unidade produtiva.
“Quando discutimos a pauta das plantas medicinais, estamos falando da nossa ancestralidade, da identidade e pertencimento, estamos falando da vida. E eu fico pensando aqui a quantidade de famílias que serão atingidas de forma positiva com essa discussão, o quanto o programa intersetorial irá contribuir de forma significativa na melhoria da qualidade de vida das pessoas do campo e na promoção da saúde do povo brasileiro, os agricultores e agricultoras familiares cuidam das pessoas através da produção de alimentos saudáveis. Queremos um campo com vida, com gente produzindo, satisfeitas por estar naquele território”, finalizou.
Ao final do evento, foi lançada e entregue pela CONTAG a cartilha Plantas Medicinais & Fitoterápicos na Agricultura Familiar. Um instrumento para fortalecer os conhecimentos tradicionais dos agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais, ressaltando a relevância das plantas medicinais e dos fitoterápicos na promoção da saúde e na geração de renda.
A partir do seminário, ficou encaminhado que será realizada uma nova reunião em março com a CONTAG, a Frente Parlamentar, representações do governo e Unicafes para alinhar os desdobramentos e três principais pontos: os recursos que serão destinados, onde estão os ganhadores do edital para haver interlocução na ponta e o impacto real dos agrotóxicos para agricultores e agricultoras familiares.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG