Nos dias 28 a 31 de julho de 2022 foi realizado o X Fórum Social Pan-Amazônico (X FOSPA), em Belém/PA, reunindo milhares de pessoas do Brasil e de outros países que abrangem a Floresta Amazônica. Entre os objetivos estavam a articulação dos povos e movimentos sociais em torno de questões econômicas, sociais e ambientais relacionadas à Região Amazônica, como também, combater o racismo e o autoritarismo, defender os territórios e o autogoverno dos povos nas selvas, rios, campos e cidades e deter a destruição ambiental da Amazônia.
A CONTAG, as Federações e Sindicatos da Amazônia Legal estiveram representadas por uma grande delegação, que participou ativamente das atividades oficiais e autogestionadas do evento. A CONTAG esteve representada pelo secretário de Formação e Organização Sindical, Carlos Augusto Silva, pela secretária de Meio Ambiente, Sandra Paula Bonetti, pela secretária de Política Agrícola, Vânia Marques Pinto, e pela secretária de Mulheres, Mazé Morais, e por vários assessores e assessoras.
Já no primeiro dia (28), a delegação contaguiana participou da grande marcha de abertura do X FOSPA pelas ruas de Belém. No dia seguinte (29), foi realizado o Grito da Amazônia, organizado pela CONTAG e Federações da Amazônia Legal, que tomou as ruas da capital paraense, com o objetivo cobrar do poder público políticas públicas que possam fortalecer e potencializar a agricultura familiar.
O ato também reuniu trabalhadores e trabalhadoras de organizações parceiras, como a Central Única dos Trabalhadores/as (CUT/PA), o Movimento Sem Terra (MST), o Movimento de Atingidos por Barragem (MAB), o Movimento Popular pela Soberania na Mineração (MAM), o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase). “O Grito da Amazônia teve três momentos de concentração e de protestos - Embrapa, Incra e Eletronorte, órgãos que estão sendo atacados e ameaçados pelo atual governo e que são fundamentais para os povos do campo, da floresta e das águas”, explicou o secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG, Carlos Augusto (Guto).
No terceiro dia, foram realizadas várias atividades autogestionadas. A CONTAG realizou e participou de algumas: Roda de Conversa - Mulheres e Biodiversidade: Existência e Resistência; Seminário sobre Conflitos Agrários e Socioambientais na Amazônia; debate sobre “Biocombustíveis na Amazônia”; atividade “Caminhos para as Transições Possíveis e Necessárias - A Pan-amazônia não tem Plano B”; Roda de Conversa: Gênero e mudanças climáticas com foco nas políticas públicas e com o objetivo de empoderar mulheres cis e trans; e o lançamento da Marcha das Margaridas 2023.
Já no domingo (31), último dia do X FOSPA, foi realizada a Mesa "Sucessão Rural na perspectiva da Juventude", o lançamento do 4° Festival Nacional da Juventude Rural e o ato de encerramento do Fórum com a leitura e aprovação da Carta de Belém.
“O evento foi muito produtivo, com a participação de vários países, e percebemos que os problemas amazônicos estão presentes em todas as nações da região e não apenas no Brasil. Durante o X FOSPA, os povos mostraram a sua existência e resistência nos seus territórios, o quanto sofrem diariamente com a violência, o quanto estão dispostos a reafirmar, mostrar e defender o território, somando forças, pedindo ajuda, gritando e colocando sempre a floresta em primeiro lugar, bem como os saberes, a sua vivência e a sua cultura. Também destaco a grande participação da juventude e das mulheres”, avaliou a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
A secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques Pinto, também ressaltou que o X FOSPA foi um espaço muito importante de articulação e proposições para a Pan-Amazônia. “A CONTAG e as Federações tiveram uma oportuna participação e se destacaram com sua capacidade organizativa e de mobilização. A realização das atividades autogestionadas, como o lançamento da Marcha das Margaridas e as rodas de conversa tiveram um impacto positivo. Saí do FOSPA com a certeza de que o nosso olhar tem que caminhar cada dia mais com territorialidade e que a Amazônia precisa de políticas públicas específicas”, destacou a dirigente.
Além de todos os debates realizados sobre as questões da Pan-Amazônia, a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, também destacou que o X FOSPA foi um espaço caracterizado pela diversidade e que a CONTAG, as Federações e Sindicatos conseguiram dar visibilidade à agricultura familiar neste importante evento. “Desde o início da pandemia, este foi o primeiro grande encontro com toda essa diversidade de sujeitos reunida. A CONTAG se fez presente com representação de algumas Secretarias, participando ativamente em várias mesas, rodas de conversa, debates e atos. Destaco a realização da Roda de Conversa – Mulheres e Biodiversidade: existências e resistências, bem como a abertura do FOSPA com uma caminhada que demonstrou a força, a resistência e os anseios da sociedade e da classe trabalhadora. Outro momento importante foi o Grito da Amazônia, com a participação de vários movimentos sociais, em defesa da democracia e anunciando o desejo de reconstrução do país. Também destaco o lançamento da Marcha das Margaridas e do 4º Festival Nacional da Juventude Rural”, pontuou Mazé.
A avaliação de Guto também foi positiva, que também apresentou quais passos deverão ser tomados no pós-FOSPA. “A CONTAG cumpriu o seu papel de mobilização, de mostrar a sua estratégia e sua narrativa sobre a Amazônia. No pós-FOSPA, precisamos dar os próximos passos, que é aprofundar os debates e fazer reflexão nos países para fortalecer e disputar narrativas sobre a concepção que nós, da CONTAG e das organizações do campo, das águas e das florestas, defendemos para o desenvolvimento da Amazônia”, disse o dirigente da Confederação.
“O X FOSPA significou o debate da situação enfrentada pelos povos e sujeitos da Amazônia, seja na área agrícola, agrária ou ambiental através das mesas, das rodas de conversa, dos tribunais, mas também proporcionou o encontro de saberes e de vivências das pessoas, sejam jovens, idosos(as) e mulheres a partir de seus territórios. Também contou com muitos momentos de denúncia e afirmação, a exemplo do Grito da Amazônia, do lançamento da Marcha das Margaridas e do Tribunal da Natureza. O FOSPA cumpriu o seu objetivo maior que é mostrar para a sociedade brasileira e internacional o projeto de morte que a Amazônia vive”, avaliou a presidenta da FETAGRI-PA, Angela Conceição Lopes de Jesus.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi