Entre os dias 26 e 28 de abril, o espaço Mário Covas, da Câmara dos Deputados, abrigará a exposição Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro. Serão expostos produtos da biodiversidade do bioma, feitos, por exemplo, de sisal, fibras, licuri, umbu, mel e maracujá. O objetivo é chamar a atenção para a importância de instituir a Caatinga como patrimônio nacional e apresentar as potencialidades do bioma, que abrange 11% do território nacional.
A abertura oficial da exposição será dia 26/04, às 18h. As riquezas da Caatinga, infelizmente, não são de conhecimento da sociedade, mas o Parlamento pode contribuir para mudar essa realidade e disseminar a importância desse bioma, onde vivem cerca de 30 milhões de brasileiras e brasileiros, explica o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, deputado Carlos Veras (PT/PE).
A professora Márcia Vanusa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ressalta que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro em que encontramos uma riquíssima biodiversidade ainda desconhecida. Dependentes dessa imensa riqueza natural estão 28 milhões de brasileiros que necessitam de políticas publicas para o uso sustentável dessa biodiversidade, promovendo sua conservação e garantindo esses recursos naturais para as próximas gerações, afirma.
O evento é promovido pela Frente em parceria com especialistas, entidades da sociedade civil ligadas à Caatinga e com a CONTAG.
CAATINGA
Rica e com rara biodiversidade, a vegetação da Caatinga é resiliente às características climáticas do bioma. Parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Cerca de um terço da flora e 15% de da fauna são exclusivas.
Com cerca de 735.000 km² de extensão, o bioma cobre a maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e uma parcela do nordeste de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha.
O semiárido é o clima predominante na Caatinga, com baixo nível e irregularidade de chuvas e temperaturas altas, com médias anuais de 27 a 29 graus.
Os dados do Censo Agropecuário de 2017 demonstram que 54% dos estabelecimentos agropecuários da Caatinga têm tamanho de 0 a 5 hectares e que 68% desses estabelecimentos são da agricultura familiar.
UM PATRIMÔNIO BRASILEIRO AMEAÇADO
Quase metade da Caatinga já está profundamente degradada pela ação humana. Mudanças na cobertura de solo nas últimas três décadas estão agravando o risco de desertificação de partes da Caatinga, segundo análise do MapBiomas feita a partir de imagens de satélite da região, entre os anos de 1985 e 2020.
É urgente que o Congresso Nacional e a sociedade abracem a causa de preservação deste bioma, que é 100% brasileiro!
Para a CONTAG, a Caatinga é um bioma importante para a agricultura familiar, e os trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares são fundamentais para a sua preservação a partir do cultivo de forma sustentável e sem uso de agrotóxicos, da conservação de seus recursos naturais, como também da cultura e dos modos de vida próprios do bioma, destaca o presidente da Confederação, Aristides Santos. FONTE: Mandato deputado federal Carlos Veras (PT-PE) - Edição Comunicação CONTAG