Entre os dias 26 e 28 de abril, o espaço Mário Covas, da Câmara dos Deputados, abrigou a exposição Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro. Foram expostos produtos da biodiversidade do bioma, feitos, por exemplo, de sisal, fibras, licuri, umbu, mel e maracujá, bem como foram expostas fotos do fotógrafo João Vital, especialista em registros próprios da Caatinga. O objetivo foi chamar a atenção para a importância de instituir a Caatinga como patrimônio nacional e apresentar as potencialidades do bioma, que abrange 11% do território nacional, no período em que é celebrado o seu dia 28 de abril.
A Câmara já analisa várias propostas (PEC 504/10 e sete apensadas) que incluem a Caatinga e o Cerrado na lista de patrimônios nacionais, como já acontece hoje com a Amazônia, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Serra do Mar e a Zona Costeira.
No entanto, textos sobre o tema que tramitam desde 1999 (PECs 60/99 e 131/99) vêm enfrentando resistências de algumas bancadas, sobretudo aquelas ligadas ao agronegócio. Já os(as) defensores(as) das propostas argumentam que Caatinga e Cerrado protegidos na Constituição terão novos estímulos e políticas públicas de desenvolvimento sustentável.
A CONTAG apoiou a realização da exposição e esteve presente, reafirmando que a Caatinga é um bioma importante para a agricultura familiar e que precisa ser preservado e receber mais investimento. A Caatinga precisa ser valorizada por toda a sociedade e os trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares têm um papel fundamental na preservação desse e de outros biomas a partir do cultivo de forma sustentável e sem uso de agrotóxicos, da conservação de seus recursos naturais, como também da cultura e dos modos de vida próprios de cada um deles. A realização dessa exposição foi importante para que as pessoas pudessem conhecer melhor a Caatinga e todas as suas potencialidades e possibilidades, destacou o presidente da Confederação, Aristides Santos.
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, deputado Carlos Veras (PT/PE), ressaltou a importância de preservar o bioma da Caatinga. Há um processo de degradação do solo, fruto da ação humana, que, muitas vezes, desmata, queima e utiliza venenos. Então, também há um processo de extinção de plantas muito importantes da Caatinga. Daí o nosso objetivo de fazer essa exposição dentro da Câmara dos Deputados. A nossa Caatinga não é só solo rachado, não é só dificuldade, não é só seca. Nós temos muitas riquezas.
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi, com informações da Agência Câmara.