O Brasil regride a passos largos. A insegurança alimentar cresceu par e passo com o aumento do desemprego e o desmonte dos programas sociais e as políticas públicas voltadas para a garantia da alimentação saudável, como a compra de alimentos para as escolas públicas.
A CONTAG expressa a sua preocupação ao analisar os dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo IBGE na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil. Depois de quedas consecutivas e consistentes de 2004 a 2013, a insegurança alimentar cresceu 71% entre os domicílios urbanos e 31% entre os domicílios rurais. A insegurança alimentar grave, em que as pessoas passam fome, atingiu 4,6%, ou seja, 3,1 milhões de lares habitados por 10,3 milhões de brasileiros, de 2013 até 2018. São cerca de 4 milhões a mais de pessoas que engrossam as estatísticas da pobreza extrema.
Quem vive nessas condições não passa apenas fome. Segundo o IBGE, são casas que em sua grande maioria não têm esgoto sanitário, energia elétrica, e cujo acesso à água e coleta de lixo é precário. Millor Fernandes nos provocava com a frase: O Brasil tem um enorme passado pela frente. E a agricultura familiar e o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais têm um papel fundamental nesta luta. Chega de retrocesso!
FONTE: Subseção do Dieese na CONTAG