Dos dias 03 a 08 de novembro, em Montevidéu, no Uruguai, a CONTAG participou de diálogos com autoridades e movimentos sociais em prol da formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável.
A primeira agenda foi a reunião da diretoria ampliada da Confederação das Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (COPROFAM), no domingo (03). Foi deliberado sobre o contexto e desafios da Agricultura Familiar Camponesa e Indígena (AFCI) do Mercosul; temas centrais, estratégias de ação e representação da COPROFAM nos espaços de diálogos; o Plano Orçamentário Anual (POA) 2025; e demais temas.
Ainda, houve o incentivo à participação de mulheres e jovens com o princípio de fortalecer a incidência desses sujeitos em instâncias internas da COPROFAM, de suas afiliadas e nos diferentes espaços políticos em que a Confederação integra.
Na segunda e terça-feira (04 e 05), representantes da CONTAG estiveram na oficina de formação em transição agroecológica e adaptação dos meios de produção familiar para lidar com as mudanças climáticas. Participaram dirigentes, líderes da base da AFCI, representantes de associações, cooperativas, governos e convidados.
A programação contou com os painéis:
Mudanças climáticas - mitigar e adaptar os meios de produção e de vida é urgente e necessário para a AFCI;
Transição agroecológica: Uma alternativa para AFCI perante as mudanças climáticas;
Experiências da AFCI com a transição agroecológica (conquistas e desafios);
Rede Ecovida Brasil: Investigação e inovação para qualificar os processos agroecológicos e fortalecer a Certificação Participativa (SPG);
Programa FO-RI: Promovendo uma produção resiliente na América do Sul;
Apresentação do estudo: Regulamentações e políticas existentes para promover a transição agroecológica da AFCI nos países do Mercosul;
Propostas e medidas necessárias para promover a transição agroecológica como estratégia de mitigação e adaptação da produção familiar às mudanças climáticas;
Como a COPROFAM e suas afiliadas podem aprimorar a agenda de transição e adaptação agroecológica nos países do Mercosul para enfrentar as mudanças climáticas.
“A agricultura familiar desempenha um papel crucial na adaptação e mitigação das mudanças climáticas, pois envolve práticas sustentáveis que protegem o solo, conservam a biodiversidade e garantem a segurança alimentar. Em um momento onde eventos climáticos extremos se intensificam, essa forma de agricultura se mostra essencial para fortalecer a resiliência das comunidades rurais, especialmente em países como o Brasil”, compartilha o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG e presidente da COPROFRAM, Alberto Broch.
Ainda, ao final do seminário, foi feito o ato de celebração dos 30 anos da COPROFAM, que reuniu membros fundadores da entidade e representantes do Fida e da Secretaria Técnica da REAF.
Para finalizar as agendas da semana, de quarta a sexta-feira (06 a 08), a CONTAG participou da Reunião Especializada da Agricultura Familiar (REAF) Mercosul. O evento é uma das principais articulações internacionais com representantes dos países membros do Mercosul e discute estratégias para o fortalecimento da agricultura familiar.
Os debates foram motivados pelas mudanças climáticas e transformação dos sistemas agroalimentares, em consonância com os objetivos e pilares da Década da Agricultura Familiar (DNUAF) 2019-2028 e dialogando com o Plano Nacional de Ação para a Década da Agricultura Familiar (PNAF) 2019-2028, com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e com a COP 30, que ocorrerá em 2025, no Brasil.
“Estes eventos e iniciativas evidenciam que a agricultura familiar é um pilar estratégico nas políticas de adaptação e mitigação climática. É importantíssimo que sejam cada vez mais realizados esses debates para que avancemos em políticas públicas que coloquem os agricultores e agricultoras familiares como prioridade”, finaliza o dirigente.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG