Os últimos anos têm sido de muitos desafios para os trabalhadores e trabalhadoras rurais. A falta de investimentos na agricultura familiar e o desmonte das políticas públicas voltadas às populações do campo, da floresta e das águas marcaram os últimos seis anos e impactaram negativamente a vida das famílias rurais e da sociedade como um todo, a exemplo da redução da produção de alimentos saudáveis, o aumento da violência no campo, o fechamento das escolas do campo, entre outras consequências.
Com a mudança de governo, a CONTAG vem pautando a retomada das políticas públicas e de programas fundamentais para o desenvolvimento rural sustentável e solidário, inclusão produtiva e a geração de renda dos trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares, o acesso à terra, a valorização do salário mínimo, entre outras que visam a reconstrução do Brasil e uma vida melhor e mais saudável para todas as pessoas.
No Brasil, de acordo com os dados do Censo Agropecuário 2017, são 15,1 milhões de trabalhadores e trabalhadoras ocupados(as) em estabelecimentos agropecuários, responsáveis pela produção da maioria dos alimentos que chegam diariamente às mesas dos brasileiros e brasileiras. Nesse momento de aumento da fome no País, a produção de alimentos é um dos serviços essenciais, é estratégica para a garantia da soberania e segurança alimentar.
Segundo levantamento do Dieese, quase 30 milhões de brasileiros e brasileiras passaram a viver em insegurança alimentar. No entanto, esse número pode ser ainda maior, pois nem todas as famílias estão no Cadastro Único do governo federal.
“A produção de alimentos é importante e deve ser uma Estratégia de Nação. Durante todo período da pandemia lutamos incansavelmente para que fossem aprovadas medidas emergenciais para garantir investimentos na produção de alimentos saudáveis e auxílio emergencial para trabalhadores e trabalhadoras rurais. No entanto, nunca houve prioridade do governo anterior. Agora, desde a mudança de governo, estamos pautando essa prioridade de investimentos no campo brasileiro. Alguns avanços já estão sendo vistos, mas ainda faltam algumas medidas e estamos com expectativas para o atendimento à pauta do Grito da Terra Brasil e também quanto ao anúncio do Plano Safra”, destaca o presidente da CONTAG, Aristides Santos.
As mulheres trabalhadoras rurais foram bastante impactadas nos últimos anos, com dificuldades para acessar as políticas públicas e também com o aumento da violência. “Todos esses desafios estão sendo mapeados e estamos na construção da pauta da Marcha das Margaridas 2023. Vamos pautar o governo e, inclusive, apresentar as nossas propostas para a reconstrução do Brasil e pelo bem viver. As margaridas seguem marchando por um mundo livre de violência, pela agroecologia, pela autonomia econômica, pela inclusão produtiva, pelo acesso à terra e aos recursos naturais, contra o racismo, a desigualdade social, o machismo, entre outras bandeiras importantes nessa busca por um país melhor e igual para todas as pessoas”, destaca a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais.
Para a Diretoria da CONTAG, a melhor forma de homenagear o trabalhador e a trabalhadora rural pelo seu dia é fortalecer, ainda mais, a luta por mais direitos, por dignidade e por mais condições para viver bem e trabalhar no campo com renda, produzindo alimentos saudáveis para alimentar todo o Brasil.
Viva os trabalhadores e as trabalhadoras rurais!
Fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi