Infelizmente, os conflitos no campo atravessam a história do Brasil. São deixados rastros de sangue, mortes, destruição e violência nas vidas de pessoas que lutam em defesa de seus territórios, de seus direitos e de seus modos de vida e da natureza.
12 de agosto, Dia Nacional de Luta Contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária, é um convite a refletir sobre os 2.203 conflitos e as 31 vidas ceifadas em 2023. Reflexos da falta de titulação dos assentados e quilombos, de demarcação dos territórios indígenas, de destinação de terras públicas, de desapropriação de latifúndios para a reforma agrária e de contraposição dos latifundiários ao governo vigente.
“Então, na minha modesta parte de entender o conflito agrário no Brasil, eu vejo que o aumento desses conflitos se dá em função da contraposição ao governo Lula. O agronegócio e os grileiros de terra estão trazendo uma ofensiva muito grande, haja visto que a maior parte dos conflitos agrários estão no norte e nordeste do país”, compartilha o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos.
As ocorrências registradas em 2023 — o maior número da série histórica da Comissão Pastoral da Terra — apresentam uma taxa 8% superior às ocorrências documentadas em 2022, sendo que, nos últimos 10 anos, a violência no campo cresceu 60% em intensidade.
O direito à terra e ao território é o primeiro passo para garantir as demais políticas que promovem a qualidade de vida aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, por isso, a reforma agrária sempre foi uma das principais reivindicações do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
“O Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) tem ampliado sua atuação na luta contra a violência no campo e pela reforma agrária. Uma das principais formas de reduzir os conflitos é garantir que a terra seja distribuída de maneira justa, permitindo que as comunidades rurais prosperem e contribuam para o desenvolvimento rural. Nós, da CONTAG, seguimos firmes na luta contra essa violência e pela democratização do acesso à terra através da reforma agrária”, destaca o secretário.
*Dados retirados da 38ª edição do relatório Conflitos no Campo Brasil 2023
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG