A nossa Amazônia ocupa mais da metade do território brasileiro, mas a sua importância vai além das suas fronteiras. A Amazônia é a maior responsável pela regulação do regime de chuvas do Sul, do Sudeste e do Centro-oeste brasileiro, as maiores regiões produtoras do Brasil, ou seja, para qualquer agricultor e agricultora plantar e colher nessas regiões é preciso receber as chuvas amazônicas através de um fenômeno conhecido como *“rios voadores”.
Mas, infelizmente, o avanço do desmatamento sobre o bioma amazônico tem provocado períodos com chuva acumulada e períodos com grandes estiagens que castigam a agricultura e o abastecimento público das cidades.
Só em 2021 foram destruídos 10.362 km² de mata nativa, o que equivale a metade do estado de Sergipe, quase a metade disso, 4.915 km² foram destruídos dentro de territórios federais. (Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE).
Lamentavelmente os grileiros e especuladores, usam a máscara da produção de alimentos através do agronegócio para “passar a boiada”, promovendo assim o desmatando da floresta e o envenenando das águas com agrotóxicos.
A Amazônia sofre com a ação do garimpo ilegal que desmata e contamina os rios com mercúrio, entre outros produtos químicos pesados.
Enquanto isso aqueles e aquelas que protegem o meio ambiente (agricultores e agricultoras familiares, indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos, pescadores e pescadoras artesanais, entre outros povos) que produzem e protegem o bioma amazônico sofrem com a violência provocada por criminosos do agronegócio e grandes empresas nacionais e multinacionais, nos seus territórios, além da falta de crédito, de assistência técnica e condições para acessar mercados, e ainda com a falta de saúde, de educação, entre outras políticas públicas e direitos.
“O governo simplesmente está fechando os olhos para a destruição e dando as costas para os povos tradicionais que produzem e protegem a Amazônia”, frisa a secretária de Meio Ambiente da CONTAG.
Sandra ainda complementa: “Neste Dia da Amazônia - 5 de setembro, a CONTAG, Federações e Sindicatos filiados denunciam o ecocídio da Amazônia e celebram a riqueza da maior floresta tropical do mundo e a importância dos(as) agricultores e agricultoras familiares, entre outros povos que a guardam e a preservam”.
Vale destacar que em defesa da Amazônia e dos povos que a guardam, a CONTAG, Federações e Sindicatos filiados contribuem e participam de várias campanhas e ações, a exemplo da Campanha de Autoproteção de Comunidades e Lideranças Ameaçadas: A vida por um fio; Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida; Campanha Contra a Violência no Campo; Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida; Campanha Despejo Zero; do Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), além de articulações no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras municipais.
No Dia da Amazônia e em todos os dias, a CONTAG, Federações e Sindicatos seguem como afirmava Chico Mendes: “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. Chico Mendes, ambientalista e sindicalista assassinado porque lutava em defesa da Amazônia e dos seus povos.
*Rios voradores - Processo que se cria através do vapor expelido pelas árvores que produzem suas próprias chuvas, só que a floresta produz tanta água que, através dos ventos, os chamadosrios voadores são arrastados por boa parte da América Latina, sendo que, a quebra deste fenômeno impacta diretamente no regime de chuvas, principalmente em território brasileiro.
Comunicação CONTAG - Barack Fernandes e Secretaria de Meio Ambiente - Raul Zoche