Por qual razão em um país com dimensões continentais como o Brasil há pouca gente que tenha tanta terra e outras tantas que queriam ter, pelo menos, um pedacinho de chão e não conseguem? Por que para ter acesso à terra homens e mulheres ainda têm que fazer a luta com resistência, persistência, suor e sangue derramado?
Ao longo da história do Brasil muitas foram as artimanhas realizadas nos espaços de poder que culminaram na formação de um país com extrema concentração fundiária e desigualdade social, que se materializou através da apropriação indevida das terras. Como consequência desse processo temos a formação de grandes latifúndios, uma das bases para a desigualdade social brasileira.
Em reação a essa desigualdade, os trabalhadores e trabalhadoras se organizaram de diversas maneiras para garantir o acesso à terra. Por isso, a data de 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, é um marco na resistência das pessoas do campo, da floresta e das águas e nos convida a refletir sobre o assunto.
“É difícil entender que em um país grande como o Brasil ainda tenha que fazer a luta com muita resistência, com suor e, muitas vezes, com sangue derramado para ter direito a um pedaço de terra”, afirma o secretário de Política Agrária da CONTAG, Alair Luiz dos Santos.
A data foi estabelecida em memória ao massacre de Eldorado do Carajás, em 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados em ação da polícia do Pará, enquanto reivindicavam o direito à terra e à reforma agrária no Brasil.
Neste dia de luta, o Sistema Confederativo (STTRs, FETAGs e CONTAG) reafirma o seu compromisso com a reforma agrária e por justiça aos crimes envolvendo os trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente os que lutam pela terra.
Fonte: Comunicação CONTAG