Depois de um longo período de negociações para que o terreno e as benfeitorias da Escola Família Agrícola (EFA) Bontempo fossem desapropriados para que a EFA voltasse a funcionar, em 17 de abril desse ano o governador Antônio Augusto Anastasia assinou o Decreto 249 declarando a área em conflito de utilidade pública e assim definindo pela desapropriação do imóvel.
Antes, em 24 de fevereiro de 2012, o grupo que representa a EFA Bontempo recebeu o mandato de reintegração de posse, devendo devolver a posse das terras para a Fundação Brasileira de Desenvolvimento (FBD), sem condições para alojar os estudantes que se encontram em formação e toda estrutura necessária para tal feito. Na época, foi negociado um prazo maior com os oficiais de justiça para entregar as instalações e novamente construir, em outro local, os prédios necessários para garantir a formação dos estudantes. A partir desse acordo, foram definidas várias estratégias para garantir a continuidade e funcionamento da EFA Bontempo, umas delas foi buscar um apoio político juntamente com a Secretaria Estadual de Educação para garantir a utilização daquele imóvel, tendo em vista a sua função social. A Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas (Amefa) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG) contribuíram em todo o processo. Agora, a EFA comemora a vitória de ver publicado o Decreto de Desapropriação. A Escola beneficia jovens de 25 municípios do Médio e Baixo Jequitinhonha, em Itaobim (MG), e reúne atualmente agricultores, agricultoras e parceiros importantes em torno da manutenção de um projeto de educação popular, que visa a formação de jovens rurais de nível de Médio e Profissionalizante – Técnico em Agropecuária. Hoje, são atendidos 201 jovens de 87 comunidades rurais. E nestes 11 anos de existência, formou 277 jovens que atuam em diversas entidades e organizações governamentais e não governamentais, com o envolvimento de 500 famílias no processo de formação e mobilização social. A EFA Bontempo foi criada pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) da região e atualmente é mantida com recursos do governo estadual e do movimento sindical. A CONTAG também vem apoiando esse trabalho em diversos momentos. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi