Políticas públicas para as mulheres do campo foi o tema da discussão feita hoje (8) pela coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e presidente interina da CUT, Carmen Foro, em reunião com a ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM), Nilcéa Freire.
Representando o governo, a assessora especial do Programa de Promoção da Igualdade, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Andrea Butto, também participou da reunião. Acompanhada das coordenadoras estaduais de mulheres das Fetags do Espírito Santo, Maria da Penha da Silva, e da Paraíba, Maria das Neves do Nascimento (Dona Lia), Carmen Foro pediu a colaboração da secretaria junto ao governo para ampliar o acesso ao Pronaf Mulher. A Confederação também quer que a União assuma os riscos do financiamento, que atualmente é dos bancos.
Outra reivindicação das mulheres se refere à reedição da portaria, já vencida, que cria o Fórum Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do Campo e da Floresta. Nilcéa Freire prometeu que a portaria será reeditada e anunciou o lançamento de uma campanha nacional de enfrentamento à violência contra as trabalhadoras rurais, o que deverá ocorrer no mês de agosto, para lembrar os 25 anos da morte da dirigente sindical Margarida Alves.
Carmen Foro disse que a Contag quer participar da elaboração dessa campanha. "Vamos ajudar a construir essa campanha de uma perspectiva ampla, com uma visão da Contag sobre como enfrentar o problema da violência no meio rural, com estratégia concretas para se conseguir bons resultados", ressaltou.
O acesso de grupos produtivos de mulheres não formalizados ao financiamento do Programa Nacional de Organização Produtiva foi outro tema da conversa com a ministra. Carmen Foro também reivindicou apoio para a aprovação do Programa Nacional de Saúde do Campo e da Floresta, a efetivação do Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural (Proambiente) e a regularização das Reservas Extrativistas e da Lei do Babaçu Livre.
Pauta da Marcha das Margaridas
A pauta das mulheres trabalhadoras rurais é continuação do que o movimento sindical exigiu durante a Marcha das Margaridas. Carmen Foro informou à ministra que as principais reivindicações que compõem a pauta das mulheres no Grito da Terra Brasil fazem parte de um conjunto de ações ainda não concretizadas pelo governo federal.
Ficou acertado na reunião que outros encontros serão agendados para discutir o desdobramento da reunião desta manhã. "A conversa de hoje sinalizou que deveremos continuar conversando até o final deste GTB", finaliza Carmen. FONTE: Ciléia Pontes