O presidente Lula garantiu, durante a audiência com a diretoria da Contag e uma delegação de dirigentes do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais (MSTTR), que os índices de produtividade rural serão atualizados neste ano. O anúncio deverá ser feito em junho, como defende o ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel, ou em novembro, após a divulgação do novo censo agropecuário. A medida é uma resposta às reivindicações do Grito da Terra Brasil e é de fundamental importância para o avanço da reforma agrária no País.
Os sindicalistas também receberam a garantia de que serão suspensos os processos de execução judicial movidos pelos bancos públicos contra agricultores e agricultoras familiares inadimplentes. "Não é admissível que o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste tomem as terras de quem possui até 20 hectares. Já determinei a suspensão destas ações ao ministro Guido (da Fazenda)", afirmou Lula. O presidente também solicitou à Contag um inventário das pessoas que se encontram nesta situação, pois o governo federal pretende buscar uma solução para esses problemas.
A determinação para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) elaborar, em conjunto com a Contag, um projeto de aprimoramento dos mecanismos de assistência técnica para aumentar a produtividade da agricultura familiar também constou da fala do presidente. Lula cobrou ainda a aceleração das ações de zoneamento agrícola no País para estabelecer um equilíbrio entre as áreas de plantio de alimentos e a expansão do setor sucroalcooleiro.
O presidente Lula reiterou o compromisso do governo federal de conciliar a política de investimento nos biocombustíveis com a proteção ao meio ambiente e os direitos dos trabalhadores rurais. Ele também renovou à Contag o convite para discutir a participação da agricultura familiar no programa nacional de biodiesel e receber as contribuições do MSTTR para a formulação de uma nova política de soberania e segurança alimentar no País. A reunião deverá ser agendada pela Secretaria Geral da Presidência da República. FONTE: Ronaldo de Moura