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PLENÁRIA DA 3ª IDADE
Tabu e machismo estão presentes no cuidado da saúde de mulheres e homens idosos rurais
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14 de Junho de 2016

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Como transformar o processo de envelhecimento com qualidade de vida? Como lidar com tabus e o machismo no cuidado da saúde? Essas foram algumas das questões abordadas na Oficina de Saúde, realizada na 2ª Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Terceira Idade e Idosos(as), que reúne mais de 1.000 pessoas idosas do meio rural de todo o País, em Luziânia (GO).

Centenas de mulheres e homens da terceira idade e idosos(as) participaram de oficinas de saúde simultâneas, específica para cada gênero. E, neste espaço, tiveram a oportunidade de obter informações sobre o cuidado com o corpo e a mente e de expressarem as suas dificuldades e medos.

Uma das oficineiras com as mulheres foi Luiza de Marilac, assessora da FETAG-BA, que afirmou que a experiência foi surpreendente. “Começamos a oficina colhendo o que elas queriam que fosse apresentado na oficina. Identificamos que elas querem mais informações sobre a saúde na perspectiva do que acontece no organismo e um dos problemas maiores enfrentados pelas mulheres é a menopausa. Muitas consideram que a chegada da menopausa é o fim da vida sexual. E é o contrário! Aquelas mulheres que se cuidam, que se previnem, podem viver normalmente a sua vida sexual, estar de bem com a vida.”

A outra oficineira de saúde para as mulheres, Maria Cristina Hoffmann, que coordena a área de saúde da pessoa idosa do Ministério da Saúde, destacou a importância de disseminar informações sobre diferentes cuidados necessários para a manutenção da saúde e, com isso, melhorar a qualidade de vida, a participação das pessoas, e que conheçam os seus direitos, os cuidados que podem ter tanto no seu ambiente de trabalho e em casa. “Enfim, a maior mensagem que a gente poderia dar é isso, como você transforma o seu processo de envelhecimento com qualidade de vida. A experiência foi maravilhosa, teve uma ótima repercussão e receptividade. Percebemos a necessidade de termos espaços como este para que as pessoas falem, troquem experiência e esclareçam as suas dúvidas. E muitos temas, quando falamos de saúde da mulher idosa, são tabus. Foi possível verificar que muitas trouxeram suas experiências e foi um grande espaço de troca”, avalia.



SAÚDE DOS HOMENS A Oficina de Saúde para os homens também foi bastante rica de informações e de troca de experiências. O que aflorou nessa oficina foram questões como a sexualidade, o controle de doenças e diagnóstico do câncer na próstata. Os delegados assumiram que são machistas inclusive no trato da própria saúde, que sentem medo e vergonha de procurar ajuda e de se abrir com a companheira.

Para o antropólogo sanitarista, Carlos Silvan, que foi um dos oficineiros, assumiu que trabalhar esse tema com homens rurais da terceira idade foi um grande desafio. “São diversas masculinidades. O modelo masculino que está aí é muito centrado no modelo patriarcal, capitalista, heterossexual e normativo. E o que achei mais legal em discutir a saúde com os homens aqui foi que, primeiro, reconheceram que é uma pauta importante, que precisam se cuidar, que o maior legado que eles têm é a saúde. Eles também assumiram conscientemente que o machismo atrapalha muito a vida e a saúde. Saiu o indicativo de dar continuidade aos processos formativos e com o recorte para a saúde do homem em um processo de envelhecimento.”

Já Neuzo Antonio de Oliveira, educador popular da ENFOC, destaca que suas expectativas com a oficina foram superadas. “Não vim para ensinar, vim para questionar e fazer com que as pessoas compreendessem que são sujeitos dessa história. E, nesse sentido, acho que fui abençoado. Parece que o pessoal compreendeu o objetivo, o pessoal saiu daqui querendo mais e isso pra mim foi muito forte.”

DICAS Na oficina foram apresentadas várias dicas de saúde e de prevenção de doenças, como: ter uma vida ativa, com a prática de exercícios físicos; se alimentar bem e a cada duas ou três horas; beber bastante água; evitar exposição ao sol em horários mais quentes; usar protetor solar; evitar o uso de tapetes para prevenir quedas e tropeços, entre outras. FONTE: Assessoria de Comunicação da 2ª Plenária de Terceira Idade, Idosos e Idosas - Verônica Tozzi



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