Os facilitadores dos diálogos temáticos sobre Previdência Social e Direito e Políticas Públicas ficaram surpresos com o alto nível de politização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da terceira idade e idosos(as). A maioria do grupo é de dirigentes de Sindicatos e lideranças de base e mostraram grande sensibilidade e entendimento sobre esses temas.
No diálogo sobre Direito e Políticas Públicas, a facilitadora Hélica Araújo Silva, assessora da Fetaema, destacou que teve a impressão de que os idosos(as) têm muita consciência de que eles têm direitos, mas também de que precisam se organizar melhor para acessá-los. “Ficou muito claro nas falas. É um grupo atípico, porque identificamos que tem um grau de politização maior. Mas foi válido porque esses grupos precisam ser conduzidos. Pude extrair que o movimento sindical, redirecionando e redimensionando o caminhar, consegue potencializar os agentes que têm na ponta que estão sedentos por fazer, mas precisam dos instrumentos e da organização. E, nesse caso, precisamos ser o elemento motivador e incentivador para que essa política seja acessada nos municípios.” Segundo Hélica, a última parte do trabalho no grupo foi nesse sentido. O que acha que tem que ser mais emergencial para os idosos e idosos? Eles e elas elegeram as seguintes prioridades: saúde saiu em todos os grupos e também listaram o esporte e lazer como importantes.
A delegada Leila dos Santos Almeida, que participou deste diálogo, avaliou bem as discussões e disse que levará mais conhecimento para o seu município. “Apesar de não entender muito bem, achei o diálogo muito bom. Foram feitas muitas perguntas e tivemos respostas bem esclarecedoras. É muita informação, mas aprendi muita coisa sobre os direitos dos idosos e que estão tentando retirar o nosso direito à aposentadoria. Hoje vemos que vários direitos dos idosos não são respeitados, como nos ônibus, por exemplo. E eu sempre ensinei aos meus filhos a respeitar os idosos e até hoje eles fazem isso.”
PREVIDÊNCIA SOCIAL “Cada vez que debatemos a Previdência Social temos a certeza de que é um tema fácil de mobilizar”, afirmou o facilitar do diálogo temático José Wilson, que é o secretário de Políticas Sociais da CONTAG. O dirigente avaliou que o público que está aqui também é bem sensível, conhece o tema da Previdência e sabe das implicações quanto à questão da restrição de direitos de trabalhadores e trabalhadoras. Esse grupo também usou a metodologia de fazer uma escuta com todos os delegados e delegadas e, segundo José Wilson, “foi uma experiência incrível”. “Nessa construção coletiva, trouxeram o quanto é importante a Previdência, o significado que tem o benefício, o que era antes com o meio salário mínimo e, agora, como a aposentadoria contribui, principalmente no caso das mulheres.” Para as mulheres, a aposentadoria traz autonomia econômica, melhor estrutura e conforto na vida da família, e construção de patrimônio.
Neste diálogo também houve um momento de resgate das conquistas da classe trabalhadora rural, a trajetória de luta e o levantamento de questões que implicam na reforma da Previdência Social. “Fechamos com um elemento muito importante, que é dizer para eles e elas que há uma agenda intensa da CONTAG no sentido de se mobilizar, de preparar argumentações para o trabalho que estamos fazendo e para fazermos um enfrentamento junto ao Congresso Nacional. Não adianta agora a gente ficar lamentando a perda de direitos e, na hora da eleição, votarmos em candidatos que trabalham contra a classe trabalhadora e a população rural.”
O delegado Celito Jorge saiu bem empolgado do diálogo, pois é um tema que dá bastante importância. “Saímos dos nossos estados muito ansiosos para discutir a questão da Previdência Social. E esse diálogo foi muito rico, deixou as pessoas muito empolgadas. Explanou a situação atual da Previdência Social, o que ela representa em cada comunidade. Também fizemos um intercâmbio de informações de todas as regiões do País e fez um apanhado geral. E desse debate eu acredito que vamos retirar alguns encaminhamentos interessantes e importantes para a gente discutir lá na base e para depois fazer com que chegue aos nossos governantes, sobre o que representa a Previdência em um país no tamanho do nosso, com uma diversidade muito grande e que pode fazer uma distribuição de renda mais justa para toda uma sociedade.” FONTE: Assessoria de Comunicação da 2ª Plenária de Terceira Idade, Idosos e Idosas - Verônica Tozzi