As mulheres são mais suscetíveis a doenças do trabalho do que os homens. Essa foi uma das informações repassadas a representantes de Federações que participam, em Brasília, do 2º Seminário Nacional do Projeto Saúde e Gênero no Campo, que ocorre até amanhã (19) no Centro de Estudo Sindical Rural (Cesir) da Contag. Pelo menos 85 pessoas assistem a palestras e participam de debates durante hoje e amanhã.
O seminário dá inicio à retomada do Projeto de Saúde e Gênero no Campo, coordenado pela Contag. Hoje, as palestras trataram dos temas "Saúde e desenvolvimento sustentável: desafios para o controle social à luz da atual conjuntura" e "Políticas de saúde e as populações do campo e da floresta".
Dentro desse segundo tema, o representante da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador (Renast) do Ministério da Saúde, Marcos Pérez, informou que está sendo implantado no Sistema Único de Saúde (SUS) um protocolo de notificações de agravos e acidentes de trabalho no campo. Ele explicou que o controle social, principalmente de organizações de mulheres, precisa participar mais ativamente dos programas desenvolvidos pelo governo no que se refere à prevenção de acidentes.
"A mulher adoece mais em decorrência do trabalho e de maneira diferenciada do homem. Elas são mais suscetíveis, entre outros fatores, por causa da dupla jornada que enfrentam no trabalho e em casa", explicou.
Hoje, os líderes sindicais assistiram à explicação sobre o tema da saúde dentro do Programa Territórios da Cidadania. A exposição foi feita pela representante da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), Berenice Gomes. O seminário é coordenado pelo comitê gestor do Projeto Saúde e Gênero no Campo, do qual participam as diretorias de Políticas Sociais, Organização e Formação Sindical, Finanças e Administração e as coordenações de Mulheres e de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
A coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres e vice-presidente da CUT, Carmen Foro, explica que as informações trocadas no seminário vão embasar as ações do projeto até março de 2009. "O movimento sindical precisa apropriar-se cada vez mais e qualificar sua intervenção no que diz respeito à saúde da população do campo", comenta.
Amanhã, estão previstas palestras sobre o tema "Gênero e Saúde da Mulher", pela manhã. Também haverá trabalho em grupo para discutir e definir as estratégias para o Projeto Saúde e Gênero no campo durante o ano de 2008. Á tarde, serão apresentados os resultados das discussões em grupo, seguidos de avaliação e encerramento do seminário. FONTE: Ciléia Pontes