Trabalhadoras rurais que participam da Marcha das Margaridas discutiram nesta terça-feira desenvolvimento, distribuição de renda, valorização do salário mínimo e do trabalho. A mobilização ocorre em Brasília até amanhã (22/08). O debate reuniu representantes da Universidade de Brasília (UnB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Diesse, da UITA e da ONG SOS Corpo.
Lilian Marques, do Dieese, destacou a desvalorização do salário mínimo e a informalização do trabalho pelas mulheres. Segundo ela, em 2005, a taxa de desemprego para os homens era de 7,2%, enquanto para as mulheres estava em 12%. Ou seja, para 100 mulheres 12 estavam desempregadas. "A Marcha é fundamental para mudar essa descriminalização de renda e do mercado de trabalho", avaliou.
O pesquisador da UnB Mauro Del Grossi citou pesquisa do IBGE que apontam 18 milhões de postos de trabalho na agricultura familiar, mas apenas 6 milhões identificados para as mulheres. "Em geral, a mulher trabalha muito e não tem renda nem registro".
Outro dado que chamou atenção foi o apresentado pela representante da UITA, Barbro Butin. Segundo ela, na Argentina a mulher precisa trabalhar três meses a mais por ano para receber o mesmo salário do homem. "É uma grande distorção. Mas já estamos trabalhando para corrigir esse problema", salientou. Ela ressaltou a importância da Marcha das Margaridas para conscientizar as mulheres para lutar pelos seus direitos.
Fonte: Vanessa Montenegro Agência Contag de Notícias