A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Acre realizou ontem, dia 27 de junho, reunião com a participação dos STTRs, CONTAG, representante do Ministério Publico Estadual, do Incra, do Instituto de Terras do Estado do Acre –Iteracre, e lideranças sindicais do estado para discutir a situação dos graves conflitos pela posse da terra que ameaçam a vida de centenas de famílias de trabalhadores(as) rurais do Acre. O secretário de Política Agrária da CONTAG, Zenildo Pereira Xavier, destacou que os conflitos pela posse da terra na região norte crescem de forma assustadora. Existem em todo o País, sob a coordenação do MSTTR, cerca de 120 mil famílias acampadas às margens de estradas, em lonas de plásticos, vivendo em situação degradante e de risco, que ainda sonham e lutam por um pedaço de terra. “Estamos vivendo um momento político delicado e desafiador, pois o governo interino não tem compromisso com os trabalhadores(as) desse País e caminhamos para um retrocesso sem precedentes, com perdas de direitos duramente conquistados”, destacou o dirigente da CONTAG.
Durante a reunião, foram denunciadas diversas situações de graves conflitos pela posse da terra, como ameaças de despejos e de vida, em especial nas terras públicas, onde exige regularização fundiária e, também, fizeram reclamações quanto à situação de abandono dos projetos de assentamentos do Incra, sem nenhuma infraestrutura e sem condições básicas de desenvolver a produção nessas áreas, contribuindo para uma situação de vulnerabilidade das famílias.
Ao final da reunião, foram aprovados encaminhamentos visando solucionar os problemas relatados. Foi solicitado que os órgãos responsáveis pela questão fundiária do estado tome as devidas providências para barrar a escalda da violência no Acre, que poderá ter consequências irreparáveis com o ceifamento de vidas de trabalhadores e trabalhadoras rurais. E ainda, foi definido o envio denúncias junto aos órgãos de segurança do estado e do Governo Federal.
Ao encerrar a reunião, o secretário de Politica Agrária da CONTAG ressaltou que os conflitos agrários aumentam na mesma proporção em que as ações de reforma agrária não são implementadas pelo governo, e que esta política nunca foi prioridade para o País. “A prioridade sempre foi fortalecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Só teremos um País sem conflito e democrático quando a reforma agrária for, de fato, implementada no Brasil com a organização e a união de todos e todas”, defendeu Xavier.
FONTE: Assessoria da Secretaria de Política Agrária da CONTAG