Facilitação no comércio de produtos da agricultura familiar, função social da terra e reforma agrária, plantas medicinais, seguro agrícola e políticas de gênero e juventude. Esses foram alguns dos temas discutidos na última reunião especializada em agricultura familiar do Mercosul (Reaf), que aconteceu entre os dias 21 e 24 de maio em Assunção, no Paraguai. Participaram da reunião da Reaf representantes de governos e da sociedade civil do Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Chile e Venezuela.
Esta foi a segunda vez que a questão da juventude foi discutida na Reaf. Na reunião ficou decidido que o Brasil implantará um projeto piloto de educação formal de jovens rurais. Outro tema importante tratado foi o dos biocombustíveis. A Fundação das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), vai realizar estudo para analisar os impactos desse mercado na agricultura familiar. Já as mulheres negociaram participação mais intensa em todos os espaços do Mercosul.
O secretário de Relações Internacionais e vice-presidente da Contag, Alberto Broch, disse em entrevista que a troca de experiências de organizações da sociedade civil, de diferentes países, possibilitada pela Reaf, enriquece o cotidiano dessas instituições. "Embora a Reaf tenha um foco prioritário, ela beneficia a integração dos povos, especialmente dos trabalhadores rurais, e não somente a do grande comércio e das grandes empresas".
Segundo Alberto Broch, outro efeito muito importante da Reaf é fazer com que os governos reconheçam as organizações participantes como protagonistas, como representantes legítimas dos trabalhadores rurais dentro do bloco. "Isso fortalece as organizações dentro dos países e fora deles", explicou. Na sua opinião, a Coordenação de Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam) sai fortalecida. Durante a reunião, a Coprofam aproveitou para avaliar as ações que desenvolve e tratar de sua agenda anual.
Fonte: Angélica Córdova
Agência Contag de Notícias