Por volta de 9h30 de hoje (21/03/2013) ocorreu uma tentativa de assassinato contra o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Bela Vista (MS), Eugênio Benite, e também contra sua esposa e filha.
Um pistoleiro, usando capacete de motociclista e armado com uma pistola, entrou na sede do sindicato, baleou Eugênio com tiros na perna, o que resultou em uma grave fratura; sua esposa, Fátima Benites, com 1 tiro na cabeça e sua filha Keilini Rocha, com 2 tiros no abdome e 1 na mão. Toda cena foi presenciada por outro filho do casal, de nove anos.
Eugênio Benites é assentado no Projeto de Assentamento Caracol, no município de Bela Vista. Há muitos anos, vem denunciando a grilagem dos lotes do assentamento, que vem tendo sua área invadida por pessoas estranhas ao processo de reforma agrária, que inclusive vendem área de preservação permanente.
Por volta de 2007/2008, o INCRA entrou com uma ação possessória, conseguindo liminar na Justiça Federal. No entanto, apesar de acompanhado por policiais federais, o despejo não prosperou, uma vez que os invasores impediram a ação com ameaças aos oficiais de justiça e uso de máquinas e equipamentos.
Desde então, o INCRA não investiu para assegurar a concretização do despejo dos invasores, apesar da continuidade das denúncias pelo STTR de Bela Vista.
A CONTAG acionou a Ouvidoria Agrária e o INCRA visando providências urgentes e, em conjunto com a FETAGRI-MS, continua reunindo mais informações para adotar todas as providências visando a correta apuração do crime com a punição dos responsáveis e, também, a regularização do projeto de assentamento Caracol.
“Nós não admitimos que crimes como esse aconteçam pela pacificação do Estado. É preciso que o polícia apure e que seja garantida a segurança dessa família. Reconhecemos o esforço desse dirigente para fortalecer o processo de reforma agrária amplo, massivo e com transparência”, disse o secretário de Política Agrária da CONTAG, Willian Clementino.
“Nós ficamos abalados com esse lamentável crime, principalmente por ocorrer na sede do Sindicato. Isso mostra a audácia desses criminosos. Vamos denunciar o ocorrido nos âmbitos nacional e internacional. Não vamos nos calar até que se descubra os mandantes e o executor. Mais uma vez acontece um crime com lideranças do campo porque os conflitos agrários não são resolvidos. Dessa forma, dificilmente conseguiremos acabar com a violência no campo”, analisou o presidente da CONTAG, Alberto Broch. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi (com informações da Secretaria de Política Agrária)