Quem são os homens e mulheres da terceira idade e idosos/as do campo, da floresta e das águas e como se relacionam com o MSTTR? É buscando essa resposta que 25 entrevistadores têm conversado com a maioria dos participantes da 2a Plenária de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Terceira Idade e Idosos/as para, com a tabulação dos dados da pesquisa ao longo dos próximos quatro meses, proporcionar mudanças reais nas vidas dessas pessoas com a elaboração de políticas públicas específicas que contemplem suas principais demandas. Caminhando pelos espaços do Centro de Treinamento Educacional – CTE, acomodados nos bancos, é possível perceber várias idosos respondendo atentamente as 44 perguntas do questionário produzido pela CONTAG numa parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. A ideia é fazer um raio X da população com mais de 55 anos através de perguntas que visam traçar o perfil, saber o que pensam e como é a relação com o movimento sindical, condições de moradia, onde vivem, além de aposentadoria e empréstimo consignado, e como ela percebem as políticas específicas para a Terceira Idade. Logo quando começou a ser pensada a Plenária, já nas primeiras reuniões, veio a sugestão de produzir um questionário. Conforme Júnior César Dias, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE que trabalha na subseção da CONTAG, dentre os cerca de mil inscritos na Plenária, foram filtrados em torno de 720 pessoas que se integravam no perfil que a pesquisa buscava. A aceitação, conta Júnior, foi total. Entrevistas que poderiam durar 20 minutos por vezes se estendiam por uma hora, tal é a vontade que essas pessoas têm de falar, contar sua história e, principalmente, ser ouvida! Não era uma questionário frio sendo aplicado mecanicamente; virou bate-papo, teve troca de experiências e sorrisos. Sensação de pertencimento, de fazer parte da história que está sendo contada e vivida. Ao final de cada entrevista, uma bolinha vermelha, em papel adesivo, era colada no crachá para identificar os que já responderam o questionário. Apesar de nenhum dado ter sido apurado ainda, Júnior adianta que Previdência Social, Saúde e Habitação são as principais preocupações, mas também o maior bem que os entrevistados têm. Ele conta que a aposentadoria é um diferencial na vida dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e é através dela que melhoram as condições de vida inclusive das famílias, em especial no que diz respeito a saúde, alimentação e moradia. E que, de negativo, há relatos de aposentados que são vítimas do golpe do empréstimo consignado, sendo descontados de um dinheiro que não solicitaram e nem viram a cor; que alguns até conseguem reverter essa situação na justiça, mas outros, infelizmente, não. Diante da conjuntura atual, Júnior relata que há muito medo dos entrevistados de que o valor da aposentadoria diminua, até porque “muitas vezes, eles são o esteio da família”. Quando todos os dados estiverem tabulados e a pesquisa cumprir seu objetivo de conhecer como vivem as pessoas da Terceira Idade e idosos/as e sua relação com o MSTTR, a CONTAG terá subsídios para a proposição de políticas públicas que atendam essa população a partir das informações fornecidas por essas mesmas pessoas. FONTE: Assessoria de Comunicação da 2ª Plenária da 3ª Idade e Idosos(as) - Izabel Rachelle