Jovens e mulheres, representantes dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de todas as regiões do Estado filiados à Fetaemg estão reunidos, entre os dias 11 e 12 de fevereiro, no Hotel Tauá, em Caeté, para debater sobre importantes temas, com o objetivo de formular propostas de ações que atendam aos interesses das duas categorias. Estão inseridos na discussão, os temas: reforma agrária, participação política, agricultura e sucessão rural, políticas públicas, assalariados rurais, habitação, soberania e segurança alimentar, trabalho renda e economia solidária, combate à violência contra a mulher, dentre outros. A plenária estadual é preparatória para o 9º Congresso da Fetaemg, que acontece em maio/2014. Durante a abertura da plenária, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva enfatizou a importância do momento para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Minas Gerais, destacando os avanços na organização da classe e as conquistas que hoje têm contribuído para melhorar a qualidade de vida da população rural. “Vivemos hoje um momento democrático. Por isso, temos a responsabilidade de continuar trabalhando para que os nossos Sindicatos fiquem mais fortes. ” Vilson destacou ainda que o Brasil precisa avançar, especialmente, na reforma agrária, na valorização da mão de obra no campo e precisa também de uma política agrícola. Antecedendo a plenária estadual, foram realizadas 10 plenárias regionais que tiveram início em outubro de 2013. Em todas as regionais os jovens e as mulheres debateram e construíram propostas de trabalho que foram sistematizadas e estão sendo rediscutidas na plenária estadual para aprovação e construção do documento base para o Congresso da Fetaemg. A coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Alaíde Bagetto diz que, apesar das mulheres terem forte representatividade, cerca de 50%, de participação nas ações do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, elas ainda são minoria na direção dos STTRs. “Além da reforma agrária, uma das principais demandas apresentadas pelas mulheres nas plenárias, a paridade de gênero na direção dos Sindicatos também tem sido um importante demanda”, ressalta a coordenadora. Uma melhor assistência à saúde e ações que coíbam a violência contra a mulher também continuam entre as principais demandas apresentadas, segundo Bagetto. Já a coordenadora da Comissão Estadual de Jovens Rurais, Maria Alves, diz que as principais demandas dos jovens estão voltadas para a criação de políticas públicas específicas para a categoria, além do acesso à terra e ao crédito. A coordenadora diz também que nesses encontros a juventude tem apresentado como demanda a necessidade de ampliar a participação política da categoria no Movimento Sindical. “Hoje o nosso maior desafio está relacionado à sucessão rural, já que para manter o jovem no meio rural, é necessário fazer com as políticas públicas cheguem de fato à categoria, o que nem sempre acontece,” ressalta a coordenadora de jovens. No primeiro dia da plenária foi apresentado um painel contextualizando a organização da juventude e das mulheres. A secretária Nacional de Mulheres Rurais da Contag, Alessandra Lunas falou sobre os avanços na organização das mulheres rurais, e destacou que atualmente uma das metas é a conquista da paridade de gênero em todo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Alessandra também destacou que a sucessão rural é outro desafio. “Precisa ser olhada como uma ação estratégica do Movimento Sindical como um todo em nome da sobrevivência da agricultura familiar.” Lunas falou ainda sobre a importância de garantir a autonomia de renda das mulheres. “É preciso potencializar o trabalho da mulher, dando maior visibilidade." A secretária Nacional de Jovens da CONTAG, Mazé Morais, afirmou que são grandes os desafios para manter os jovens no campo, especialmente pela dificuldade de acesso à terra e às políticas públicas, e ressaltou que é por meio da organização que a juventude conseguirá superar esses desafios. “Um desafio para nós, principalmente mulheres e jovens, é fazer com que de fato sejam cumpridas as deliberações congressuais. Outro grande desafio é fazer com que o Movimento Sindical incorpore o tema da sucessão rural.” Ainda no primeiro dia os jovens e as mulheres foram divididos em grupos de trabalho para debaterem sobre temas específicos para apresentação e votação no segundo e último dia do encontro. Após aprovação pelos delegados e delegadas presentes na plenária estadual, as propostas farão parte do documento base do 9º Congresso da Fetaemg. Os trabalhos foram encerrados com a eleição dos novos coordenadores e coordenadoras regionais de jovens e mulheres. A plenária teve a presença de representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB): Celina Arêas/ secretária Nacional de Formação; Kátia Gaivoto/secretária geral; além do presidente da CTB Estadual, Marcelino da Rocha. Também participaram da plenária, o delegado Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Alcides Guedes Filho, o superintende do Senar Minas, Antônio do Carmo Neves, além de representante da Subsecretaria Estadual de Agricultura Familiar, entre outros. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAEMG - Maristela Moreira Félix