Entre dezenas de movimentos sindicais e sociais, partidos políticos, movimentos religiosos e instituições de ciências, comunicação e pesquisa, a CONTAG participou hoje (04) do Ato Soberania Nacional e Popular, debate contra as privatizações, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Durante o ato foi criada a da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional, que contou com a participação da ex-presidente Dilma Rousseff, os candidatos à presidência em 2018 Fernando Haddad e Guilherme Boulos, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT) e diversos parlamentares como a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), entre muitos outros. A criação da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional tem como objetivo fortalecer iniciativas para impedir o desmonte do Estado brasileiro executado pelo governo Bolsonaro e iniciado já no governo Temer. A agenda de privatizações de empresas estatais como a Embraer e a BR Distribuidora tem em seu horizonte ainda os Correios, Eletrobrás, bancos estatais e outras partes da Petrobrás.
A soberania nacional também está ameaçada pelos projetos de mineração em terras indígenas, pela possibilidade da concessão para os Estados Unidos da estratégica base de Alcântara, no Maranhão, por projetos de lei que autorizam a venda irrestrita de terras para estrangeiros, pelas propostas de privatização de aquíferos brasileiros, pelo sucateamento das universidades públicas e do Sistema Único de Saúde. Para o presidente da CONTAG, Aristides Santos, é fundamental a participação do Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares nessa grande frente em defesa da soberania nacional e contra as privatizações. “Nós agricultores e agricultoras familiares somos parte importante de um projeto de desenvolvimento do Brasil que é inclusivo, que tem como objetivo a redução das desigualdades sociais, que reconhece nossos recursos naturais como a água, a terra e o ar como bens de toda a sociedade brasileira, do qual tiramos nosso sustento e produzimos alimentos saudáveis para a sociedade. Sem soberania, esse projeto não é possível”, afirmou Aristides Santos.
A ex-presidenta Dilma Rousseff apontou que foi necessário a subida ao poder de um grupo neofascista para a implantação bem-sucedida do neoliberalismo no Brasil. Dilma apontou todas as falácias divulgadas pelo governo e pela mídia sobre a Petrobras e que foram a base para o processo de privatização da 7ª maior empresa de petróleo do mundo. Ela também citou o aumento do desmatamento da Amazônia e o projeto de educação Future-se, do governo Bolsonaro, como duas grandes ameaças à soberania nacional. “Sem educação pública e de qualidade para todos não é possível garantir desenvolvimento e produção de conhecimento”, apontou Dilma. Fernando Haddad leu uma carta de Lula, em que o ex-presidente afirma ser uma traição ao povo brasileiro o processo de desmonte do Estado realizado pelo atual governo. “Ao longo de gerações foi construído um patrimônio a serviço do país e que está ameaçado de ser destruído, como se o Estado fosse um problema. Mas o mercado não vai garantir saúde e educação universais, não vai proteger nosso subsolo, nossa água, nossa biodiversidade”, afirma uma parte da missiva. A presidente da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional, a senadora Zenaide Maia (PB), concluiu: “Vamos dar as mãos, esse país é nosso. Vamos lutar por cidadania e pela cultura, lutar por homens e mulheres que oferecem o que há de mais nobre, sua força de trabalho. Estamos aqui em defesa de nosso território e de nosso povo brasileiro”.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto