“Meio Ambiente, produção sustentável e transição agroecológica”. Este é o segundo eixo dentro dos seis que estão estabelecidos na pauta do 24º Grito da Terra Brasil, a ser realizado, nos dias 20 e 21 de maio de 2024, em Brasília.
“Precisamos adotar mudanças. E essa preocupação com a produção sustentável, com o nosso planeta e com a conservação da natureza vem sendo construída historicamente pelo movimento sindical da agricultura familiar. E hoje, nós precisamos convencer a sociedade de que a única maneira da gente ter uma conservação ambiental é produzindo de forma consciente”, compartilha a secretária de Política Agrícola, Vânia Marques Pinto.
A agricultura familiar brasileira tem o potencial de contribuir com a transição para uma economia de baixa emissão de carbono. Mas, para isso, é preciso que sejam implementadas políticas públicas que incentivem agricultores e agricultoras a ampliarem as práticas de produção mais sustentáveis.
“Nós da agricultura familiar, queremos, mais uma vez, dialogar com a sociedade para mostrar que temos condição de garantir saúde e vida por meio de um modo de produção diferente. Esse é o nosso grande lema. Nós produzimos alimentos saudáveis, nós temos condições de fazer isso, mas também precisamos ter políticas públicas que garantam recursos para poder ampliar a transição agroecológica, recursos para poder fazer a produção sustentável, compreendendo que nós fazemos parte da natureza”, continua Vânia.
Um exemplo de ponto abordado no 2º eixo da pauta do GTB é o de garantir o cumprimento da legislação ambiental respeitando questões sociais em áreas de expansão agrícola e de grandes projetos de infraestrutura agrícola, energética e de transportes, adotando a consulta livre, prévia e informada, bem como a realização de estudos de impactos socioambientais com participação efetiva das comunidades rurais e de suas representações.
“A vida dos nossos agricultores e agricultoras familiares, comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas está diretamente correlacionada com a conservação da natureza, que é essencial para a produção de alimentos saudáveis para a população. E por isso é tão importante que as nossas práticas de produção sejam sustentáveis e estejam em harmonia com o meio ambiente. Nesse sentido, o GTB pauta políticas públicas que incentivem a produção de alimentos saudáveis e a conservação ambiental”, aborda a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
A conscientização sobre o importante papel da agricultura familiar para a diminuição dos impactos das mudanças climáticas é necessária. No Brasil, as principais emissões de gases estufa, que contribuem com o aquecimento global, vêm do desmatamento e da agropecuária.
“É preciso um plano específico de adaptação para a agricultura familiar. É importante que nós agricultores e agricultoras familiares, que somos os mais impactados pelas mudanças climáticas, estar inseridos nessas discussões, para garantir que políticas orientadas pelo Plano Clima estejam adequadas a nossa realidade”, finaliza Sandra.
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG