A inflação volta a assombrar o brasileiro e brasileira, como mostraram os dados do IPCA de outubro, que registraram 0,86% de aumento, contra uma deflação de 0,04% no ano anterior. Apesar de a inflação acumulada no ano ser inferior ao acumulado no mesmo período de 2019, a elevação nos últimos meses foi significativa elevando a projeção do mercado de 3,2% para 4,21% ao final de 2020. Subiram acima do índice geral os alimentos e bebidas, artigos de residência, transporte e vestuário.
O grande vilão parece ser o dólar que pressionou os preços, como fica claro com a projeção do IGPM, que subiu para 24% no ano. O índice corrige vários preços ainda tabelados, principalmente o aluguel, apesar da desindexação dos salários nos anos 90. Os preços administrados pelo governo, por outro lado, estão estimados para fechar o ano com aumento bem menor, de cerca de 2,3%. Entre os vilões, os alimentos continuam em alta puxados pelo preço das commodities e a demanda interna com o auxílio emergencial. O índice subiu 1,93% no mês.
O Dieese divulgou que a cesta básica teve aumento em praticamente todas as capitais monitoradas. As maiores altas foram registradas em Brasília (17,05%), Campo Grande (13,26%) e Vitória (9,72%). Além do arroz, óleo de soja e da carne, o tomate e a batata também apresentaram expressivos aumentos na maioria das cidades. Apenas em Recife, o custo da cesta básica diminuiu (-1,30%). Em São Paulo, a cesta custou R$ 629,18, com alta de 5,59% na comparação com outubro. No ano, o preço do conjunto de alimentos subiu 24,22% e, em 12 meses, 35,07%.
Com base na cesta mais cara que, em novembro, foi a do Rio de Janeiro, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.289,53, o que corresponde a 5,06 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00.
FONTE: Subseção do Dieese na CONTAG