A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG manifesta preocupação com o impasse atual em que se encontram as negociações entre o governo e os servidores do INCRA, solicitando que sejam imediatamente retomadas as negociações, visando uma solução definitiva para as questões salariais e de estrutura daquele órgão.
A greve é um direito legitimo dos servidores e cabe ao empregador, que no caso é o governo federal, o estabelecimento da negociação para discutir o atendimento das demandas apresentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras do INCRA.
A CONTAG reconhece como justas as reivindicações dos servidores, em especial quando se trata da disparidade na remuneração básicas destes com os demais trabalhadores de outras autarquias públicas, além da manutenção da sistemática de gratificações instituída pelo governo FHC, que em alguns casos representam mais de 50% dos vencimentos, o que não pode continuar. .
A CONTAG reconhece, também, os esforços feitos pelo governo Lula na reestruturação do INCRA, que vinha em um processo de sucateamento por parte dos governos anteriores. Mas reafirma que este esforço está muito aquém das necessidades daquele órgão de se constituir em uma estrutura efetivamente capaz de levar à frente um verdadeiro processo de reforma agrária em nosso país.
A CONTAG apostou sempre no diálogo entre as partes para a construção de soluções para o problema e, dessa forma, buscou junto ao governo federal a abertura de negociações e o atendimento às demandas. Neste sentido, realizou reuniões com o Presidente do INCRA e com o Ministro do Desenvolvimento Agrário; exigiu o envolvimento do Ministério do Planejamento e solicitou diretamente do Presidente da República a solução para a greve.
É importante ressaltar que ao fazer estes movimentos de mediação, a Contag propôs que a solução para as demandas dos servidores seja definitiva, uma vez que não é possível continuar convivendo com as longas greves que se tornaram rotineiras no INCRA nos últimos anos. As paralisações, mesmo que justas, são extremamente desgastantes e prejudiciais para o processo de reforma agrária e para os trabalhadores e trabalhadoras rurais que dela dependem.
O atual impasse e recusa na negociação, não traz benefícios para qualquer das partes e muito menos para o processo de reforma agrária. Assim, vimos a público solicitar que as partes retomem o processo de negociação para a solução da greve, para que seja alcançado o objetivo maior de todos que é o da transformação da injusta realidade agrária em nosso País.
Brasília, 06 de julho de 2007
DIRETORIA DA CONTAG