Mulheres do campo e cidade sofrem com ainda mais intensidade os impactos de despejos e remoções.
A Campanha Despejo Zero participa de atos por todo o País neste dia 08 de março, Dia Internacional das Mulheres, de agendas de mobilização, com especial reivindicação para a importância da efetivação da moradia adequada como central para garantia de direitos da população feminina.
A articulação nacional que congrega mais de 175 organizações e movimentos urbanos e rurais em todas regiões do País têm destacado em seus levantamentos que a realização de despejos e remoções urbanos e rurais gera impactos mais severos na vida das mulheres. De acordo com a última atualização da Campanha Despejo Zero, disponível no Mapa do Despejo, desde o início da pandemia no Brasil, 654.782 mulheres sofreram despejo ou remoção ou vivem em contexto de ameaça de despejo. Sem a adoção de medidas de acolhimento e de garantia de direitos, a realização de despejos intensifica a exposição a novas violências físicas e sociais de mulheres.
Mulheres e déficit habitacional
De acordo com a Fundação João Pinheiro, a população feminina responde por 60% do déficit habitacional de 5,8 milhões de moradias (dados referentes a 2016 a 2019). Desigualdade social e de remuneração salarial – com impacto especialmente em mulheres negras e mães solo e periféricas, e violência doméstica são alguns dos fatores que fazem com que as mulheres respondam pela maior parte do déficit habitacional no Brasil.
Neste contexto não haverá emancipação feminina e direitos das mulheres garantidos com despejos. Nem um projeto de transformação social sem a luta feminista! Precisamos que a decisão da ADPF 828 saia do papel para a realidade das mulheres do campo e da cidade, garantindo moradia, retomada de políticas habitacionais e fim imediato dos despejos no Brasil.
Fonte: Comunicação da Campanha Despejo Zero