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MOSTRA DAS MARGARIDAS
Mostra das Margaridas dá visibilidade a história de vida e de luta de agricultoras familiares
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17 de Agosto de 2024


Luiz Fernandes
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Aproximadamente 200 agricultoras familiares vindas de todo o Brasil, com diversas realidades, mas com propósitos em comum: expor produtos produzidos em suas propriedades e lutar pelo direito à terra, reforma agrária, educação, igualdade e, principalmente, pelo direito de viver.

Miriam Santiago é do Rio Grande do Sul, mais precisamente da cidade de Poço das Antas. Em sua propriedade são produzidos vinhos, espumantes, suco de uva, licores e doces de frutas. Também é oferecido turismo rural com o Samba da Uva, com pisa dos frutos ao som de uma roda de samba.

“Eu sou a primeira vinicultora negra do Brasil e possivelmente da América do Sul. Então, eu achei importante trazer um pouco da história das pessoas negras nas experiências de turismo da propriedade e também nos nossos rótulos”, explica.

Liderança Guarani e coordenadora da Comissão Guarani Yvyrupa, Marilda de Oliveira produz artesanatos no Espírito Santo. Ela conta que a Mostra é um espaço importante para garantir uma renda para ela e a família.

“Por causa de tantos envenenamentos que existem nos rios e praias, a gente não está conseguindo vender por falta do turismo. Então, a única maneira de a gente poder estar levando sustento para a mesa dos nossos parentes é saindo para as feiras. Pra mim, estar aqui é importante pra minha vida. Que desde o momento que a gente está com condições de levar um dinheiro pra poder comprar alimentação pra nossas mesas significa a vida”, compartilha.


A acreana Maria José, do município de Senador Guiomard, produz castanhas cristalizadas, bombons, abobrinhas e farinhas. É a segunda vez que a agricultora participa da Mostra das Margaridas e compartilha que estar aqui é muito importante porque está representando o seu município e associação. “Eu me sinto muito alegre e emocionada de estar participando. Antigamente, a mulher não tinha essa oportunidade e, hoje, a gente tem. Lugar de mulher não é no tanque, não é só no pé do fogão, mas aonde ela quiser.”

Maria de Fátima é de Sergipe, de uma cidade chamada São Cristóvão, é artesã, guardiã de sementes crioulas, extrativista, benzedeira e produtora de ervas medicinais. Junto com mulheres de seu estado que vendem crochés e saias bordadas, a agricultora esteve na mostra com sabonetes, óleos artesanais, pomadas, chás e ervas para banhos.

“A gente junta produtos de qualidade, onde nós produzimos e plantamos em nossos cantinhos, sem agrotóxicos e com o maior adubo, o amor. Queria agradecer a todos que fizeram esse momento belíssimo acontecer. É um momento de valorização dessas mulheres do campo que saíram das suas cidades e estão aqui mostrando os seus trabalhos e também fazendo renda. É um momento delas se sentirem empoderadas”, compartilha.

Além de vinhos, artesanatos, doces e muitas outras coisas, durante a Mostra também havia mulheres vendendo laticínios produzidos em suas propriedades. Josuelma Soares, de Santa Rita do Araguaia (GO), era uma delas.

“Estou vendendo o queijo cabacinha, que é uma massa filada, cozinhada a 90 graus e em formato de uma cabaça. Temos ele também maturado ao vinho. E o queijo trança temperado com calabresa e orégano. E a manteiga de leite batida à mão caseira”, explica.

A agricultora familiar compartilha o que vai levar para a sua vida com a experiência na Mostra. “É incrível conhecer várias pessoas de várias regiões, cada uma com experiência, com história de vida, uma mais linda do que a outra. É muito importante dar mais oportunidade para as mulheres que estão lá no campo, que não têm o conhecimento, e fazer uma política pública voltada para as mulheres. Porque, infelizmente, nós temos 90% da mulher no campo que ainda sofrem com depressão, por falta de oportunidade, de conhecimento e valorização das mulheres da agricultura familiar.”


A 3ª Mostra Nacional da Produção das Margaridas é realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), em parceria com as Federações e Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais filiados e das organizações parceiras da Marcha das Margaridas. A 3ª Mostra Nacional da Produção das Margaridas conta com o apoio da UFRPE, UnB/FUP, FIOCRUZ, UFSC e SENAR e com o patrocínio da CAIXA, FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL, dos Ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Secretaria-Geral da Presidência da República, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e das Mulheres e do Governo Federal.

A 3ª Mostra Nacional da Produção das Margaridas segue neste domingo. Veja a programação abaixo:

Domingo (18 de agosto)

10h às 18h – Visitação aos stands

10h às 18h – Espaço Bem Comer

10h às 18h – Espaço Educar & Cuidar da Saúde (práticas integrativas e cuidados ancestrais)

10h às 12h – Oficina Bordação

11h – Casa Moringa apresenta o Espetáculo “Vereda dos Mamulengos”

15h – Apresentação Duo Accordi

16h – Batalá

17h30 – Show Toque de Salto Samba

SERVIÇO:

3ª Mostra Nacional da Produção das Margaridas

Data: 16 a 18 de agosto de 2024

Horário de funcionamento: Sexta e Sábado de 10h às 21h / Domingo de 10h às 18h

Local: Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte), Brasília/DF

Entrada gratuita

Animais de estimação serão bem-vindos

Por Malu Souza / Comunicação CONTAG



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