Na tarde de hoje (09) as participantes da 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais estarão reunidas para, em grupos, ler o Texto Base do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras (12º CNTTR) e elencar as sugestões para o Plano de Lutas.
Os debates dos grupos foram fundamentados no conteúdo das duas mesas de debate realizadas durante a manhã. A primeira mesa teve como tema “Desafios da Consolidação do PADRSS a Partir do Olhar das Mulheres”. As expositoras foram a secretária-geral da CONTAG, Dorenice Flor da Cruz, a secretária de Juventude da CONTAG, Mazé Morais, e a representante do Grupo de Trabalho Mulheres da ANA, Beth Cardoso.
Dorenice Flor da Cruz apresentou as contradições entre os modelos de desenvolvimento capitalista e aquele que o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais defende e instigou as participantes: “Temos que ampliar o diálogo com os candidatos eleitos para que eles se comprometam com o PADRSS, além de fortalecer as parcerias com a sociedade civil, com as universidades e com os movimentos sociais que defendam o desenvolvimento sustentável e igualitário do Brasil”, afirmou a secretária Geral da CONTAG.
A secretária de Jovens da CONTAG, Mazé Morais, apontou os desafios que ainda estão presentes no cotidiano das mulheres trabalhadoras rurais, como a falta de valorização do trabalho feminino tanto doméstico quanto na produção. “Também enfrentamos cotidianamente o machismo dentro de nossos lares e do movimento sindical, para além de problemas como a dificuldade de acesso a terra e o êxodo rural de mulheres jovens, que não encontram oportunidade de viver bem e trabalhar com dignidade no campo. A falta de acesso a políticas públicas básicas como educação, saúde, transporte e tecnologia afeta diretamente a vida das mulheres do campo, precisamos dar prioridade para isso”, afirmou Mazé.
A representante do Grupo de Trabalho Mulheres da ANA, Beth Cardoso, pontuou que o MSTTR e os demais movimentos sociais têm que procurar alternativas para resolver várias questões que envolvem as trabalhadoras rurais. “O atual governo não mostra vontade de diálogo, e tem uma agenda de desenvolvimento oposta àquela em que acreditamos. Precisamos agir de outras formas para mudar a realidade que temos. As iniciativas têm que partir de dentro dos movimentos”, argumentou Cardoso.
O tema da segunda mesa foi “O Papel da Formação Político-Sindical na Organização e Luta das Mulheres Trabalhadoras Rurais”, com exposições da assessora da Vice-Presidência da CUT, Raimunda de Mascena, da representante do CEAAL Mayde Recinos e da secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
Raimunda de Mascena resgatou momentos importantes da atuação das mulheres para a construção da Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC) e lembrou do ambiente duro que as mulheres sempre enfrentaram ao fazer a luta sindical. Para ela, a formação das mulheres não fará milagres se elas não participarem efetivamente dos espaços de decisão. “Acredito que a discussão sobre a opressão de gênero deve ser feito junto ao debate das mudanças da sociedade, porque machismo, patriarcado e capitalismo estão relacionados e são problemas que devem ser enfrentados por homens e mulheres”, afirmou.
Para Alessandra Lunas, é preciso questionar os critérios de renovação das diretorias, que sempre acontecem nas cotas de mulheres e jovens. “Temos que abrir o diálogo com todas as mulheres que passam pelos processos de formação e podem vir a ocupar espaços importantes para o fortalecimento do MSTTR, esse é um bom tem para aprofundar nos trabalhos de grupo. O trabalho de formação com as bases é fundamental para que o movimento sindical se torne cada vez mais relevante para os trabalhadores e trabalhadoras rurais”, concluiu Alessandra.
Toda a tarde de hoje será dedicada aos trabalhos de grupo, com dedicação total das participantes.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto