O Mato Grosso do Sul foi o último estado a receber a Escuta Itinerante que a equipe da Ouvidoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde, em parceira com a CONTAG, fez em todas as regiões do Brasil. O objetivo é ouvir os usuários do SUS sobre os principais problemas enfrentados nos municípios rurais. O encontro, que aconteceu nos dias 18 e 19 de março, em Campo Grande, contou com a participação de mais de 100 usuários do SUS, do presidente e do secretário de Políticas Sociais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Mato Grosso do Sul, Geraldo Teixeira de Almeida e Alaíde Ferreira Telles respectivamente, de outros diretores da FETAGRI-MS, do secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves, de representantes da Ouvidoria Nacional, Estadual e Municipal do SUS, da presidente do Conselho Nacional de Saúde, Socorro Souza. Além da DAGEP/MS, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Fiocruz, do deputado estadual Cabo Almi (PT), do senador Delcídio Amaral (PT) e de assessoria da CONTAG.
A partir dessas escutas itinerantes e qualificadas, espera-se que sejam acumulados subsídios para contribuir para a solução de problemas relativos às demandas de saúde das populações do campo, da floresta e das águas, com destaque para o alcance dos objetivos e resultados propostos na Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. As três esferas do governo (União, estados e municípios) têm compromissos assumidos referentes ao fortalecimento do SUS no campo, por meio de ações e serviços de promoção, proteção e assistência de saúde, conforme a Portaria nº 2.866/2011, e a pactuação na Comissão Intergestora Tripartite (CIT), sob a Resolução Nº 3, do Ministério da Saúde, em 2011.
José Wilson reforça a importância dessa parceria entre a CONTAG e o Ministério da Saúde para fazer a escuta. “É fundamental que a própria Ouvidoria vá aos estados escutar o que os usuários têm a dizer. O MS tem vários instrumentos de escuta, como por telefone no número 136, e a Carta SUS. Mas, é extremamente importante esse contato direto, ver e sentir a realidade de cada população”, avalia.
No caso específico do estado do Mato Grosso do Sul, o dirigente identificou as principais demandas apresentadas pelos usuários do serviço no campo. Os pontos que mais chamaram a atenção de José Wilson foram a dificuldade no acesso ao serviço, como marcação de consulta e disponibilidade de profissionais, demora para fazer e receber o exame, além da fraca participação social nos municípios do interior. “Apesar de ser uma área com forte presença do agronegócio, existem mais de três mil famílias assentadas na região. Todos se queixaram do difícil acesso à saúde e aos medicamentos”.
A escuta itinerante é uma ação articulada a uma agenda mais ampla. O próximo passo será a integração de todos os segmentos do SUS, que são os usuários, os trabalhadores em serviço de saúde, os gestores públicos e prestadores de serviço, abrangendo 19 estados, através de um projeto da Confederação conveniado com o Ministério da Saúde. O objetivo é mobilizar e capacitar para uma intervenção qualificada nos espaços de controle social do sistema e para construir as bases necessárias para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. “Outro avanço será a pactuação, construção e instalação de 10 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest’s “Rurais”), com um olhar diferente para o campo, atuando em regiões onde predomina a mão-de-obra assalariada, produção de monocultivo e uso de veneno, e em localidades de atuação do agronegócio”, completa José Wilson. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi