O trabalho escravo é uma realidade presente em todos os estados brasileiros, de norte a sul do país. Desde 1995, quando foi criado o Grupo Móvel de Fiscalização pelo Governo Federal, milhares de trabalhadores foram resgatados de fazendas e carvoarias nas áreas rurais. Mais recentemente, atividades não agrícolas passaram a fazer parte das estatísticas, principalmente em confecções de costura e em obras da construção civil. Visando fortalecer as ações para acabar com o trabalho escravo, o Movimento Sindical dos Trabalhadoras e Trabalhadoras Rurais uniu forças com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a realização de Oficinas de Formação de Multiplicadores no Combate ao Trabalho Escravo, que iniciou nesta terça-feira (03/11) em Cuiabá, com a participação de dirigentes de sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso (FETAGRI-MT). Conforme o Secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da Fetagri-MT, José Aparecido de Carvalho, os sindicatos têm muito mais chances de se aproximar dos trabalhadores que sofrem essa grave violação dos direitos humanos como nenhuma outra entidade. “Este é o papel importantíssimo dos dirigentes sindicais, que precisam compartilhar os conhecimentos adquiridos na formação para alcançar os locais mais remotos, onde nem poder público e nem sociedade civil conseguem chegar com eficiência”, mencionou Carvalho. O diretor frisou ainda o empenho dos sindicalistas em participar da oficina e pediu que repassem o máximo de informações a todos os municípios que não puderam vir a Cuiabá. Elizabete Flores, da Comissão Pastoral da Terra, pontuou a necessidade de fazer a multiplicação na base, e a replicação de informações para dar continuidade a esta “rede” de combate ao trabalho escravo. “Temos que atacar fortemente na causa do trabalho escravo, quebrar o ciclo de verdade”, afirmou. Durante a oficina, será apresentado o panorama geral sobre o trabalho escravo contemporâneo, além de diagnósticos sobre o perfil dos trabalhadores submetidos à escravidão; a repressão ao crime, as denúncias e o papel do sindicato. Participaram lideranças de vários sindicatos filiados à Fetagri-MT, e representantes da Contag, CPT, OIT, MPT e SRTE. FONTE: Assessoria de Comunicação FETAGRI-MT - Wallace Dutra