Com o objetivo de promover e fortalecer mecanismos de defesa e autoproteção de comunidades e lideranças ameaçadas e/ou criminalizadas por estarem afirmando seu direito à vida e ao território na região Amazônica foi lançada nesta quinta-feira(18), a Campanha de Autoproteção de Comunidades e Lideranças Ameaçadas: A vida por um fio!
A CONTAG, Federações e Sindicatos filiados abraçam e fortalecem a Campanha A Vida Por Um Fio, pois entendemos que defender as lideranças, comunidades, reservas e territórios é missão nossa! Acreditamos que juntos podemos garantir proteção à essas pessoas da região Amazônica que estão ameaçadas pelo agronegócio e pelas mineradoras que têm causado grandes problemas de ordem social, ambiental e econômica. Vamos usar nossos instrumentos de formação e de comunicação no sentido de consolidar a Campanha A Vida Por um Fio!, destacou o secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG, Carlos Augusto Silva (Guto), que representou a Confederação no ato de Lançamento da Campanha.
Também participaram da mesa de abertura, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, Dom Valdeci Santos, o bispo da REPAM Brasil e Comissão da Amazônia enfoque do pós-sínodo neste enfoque de DDHH, Dom Erwin, o Deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Helder Salomão e o procurador regional da República Felício Pontes.
Temos que cuidar da vida humana e de toda a criação. A Campanha A Vida por Um Fio é em defesa da vida das pessoas em todo o país, e em especial da Amazônia, destacou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, Dom Valdeci Santos.
Nós somos chamados a doar nossa vida para que essas irmãs e esses irmãos que precisam tanto de nós, possam viver, pontuou o bispo da REPAM Brasil e Comissão da Amazônia enfoque do pós-sínodo neste enfoque de DDHH, Dom Erwin.
O deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Helder Salomão, aproveitou a oportunidade para denunciar que o: O Brasil é o único país que em plena pandemia ameaça as florestas e os povos tradicionais. E ainda compartilhou: Essa semana fiz mais uma denuncia à ONU sobre o racismo e a criminalização das comunidades negras no Brasil. A Campanha A Vida Por um Fio vem no momento oportuno da nossa conjuntura e é um sinal de esperança, pois muitas vidas estão por um fio, disse o parlamentar.
O ato de lançamento ainda contou com outra mesa que trouxe as motivações e apresentação da Campanha de Autoproteção de Comunidades e Lideranças Ameaçadas: A vida por um fio!
TRANSMISSÃO: Assista o Lançamento da Campanha A Vida Por um Fio, no Facebook da CONTAG: AQUI
SAIBA MAIS SOBRE A CAMPANHA
Apoiada pela CONTAG, a Campanha de Autoproteção de Comunidades e Lideranças Ameaçadas, A vida por um fio, nasceu de um diálogo promovido pela REPAM-Brasil, Comissão Episcopal Especial para Amazônia e Comissão das Pastorais Sociais da CNBB com entidades que atuam na proteção de lideranças e comunidades ameaçadas pela sua atuação e militância na defesa dos Direitos Humanos, da natureza e de seus territórios cobiçados. Em agosto de 2019, em Belém (PA), durante o Encontro de bispos brasileiros em preparação para o Sínodo, a Campanha foi aprovada por unanimidade pelos presentes.
Esta é a primeira ação após a realização do Sínodo para a Amazônia, ocorrido em Roma, em outubro de 2019, com o tema Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral. A realidade das comunidades e lideranças ameaçadas foi um dos clamores que sobressaiu nas múltiplas consultas realizadas na região, como se expressa no Documento Final do Sínodo: É escandaloso que líderes e até comunidades sejam criminalizados, simplesmente pelo fato de reivindicarem seus próprios direitos (DF, 69).
De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra/CPT, de 1985 a 2019, foram assassinadas 1.973 pessoas no campo, sendo que apenas 122 casos foram julgados, com número insignificante de condenados, ou seja, 35 mandantes e 106 executores.
Mais visível vai sendo a presença das mulheres nos conflitos no campo, uma vez que são também elas, quase sempre, quem sustenta a resistência de suas famílias e comunidades nos territórios ameaçados. Uma constatação importante é de que a violência no campo é seletiva, atingindo diretamente as lideranças dos movimentos e comunidades, com a finalidade clara de barrar a luta por direitos à terra, território, água e outros. A autoproteção por mecanismos não violentos é, todavia, uma das estratégias que trabalha com a independência e a autonomia das lideranças e das organizações, sendo construída com ativa participação dos(as) envolvidos(as).
A Campanha terá abrangência nacional, priorizando nesta primeira etapa o contexto amazônico, os conflitos e a violação de direitos no campo e na floresta.
FONTE: FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes, com informações da REPAM Brasil.