A CONTAG, através da sua Secretaria de Política Agrária, participa até o final da tarde desta sexta-feira (15), do Seminário Nacional sobre Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos. O Seminário faz parte da terceira edição do “Fronteiras de Luta”.
Seu objetivo é ouvir relatos de pessoas que, por sua luta e resistência, continuam sob ameaças em seus territórios, e debater alternativas para efetivar as políticas de proteção a defensoras e defensores de direitos humanos, além de propor ações que impeçam que mais mortes aconteçam no Brasil.
Através dos assessores Alonso Batista e Pollyana do Carmo, a CONTAG traz para o Seminário o compromisso da Confederação, Federações e Sindicatos, de seguir na luta e promoção dos direitos humanos. A Confederação também destaca a importância de cada experiência de resistência nos conflitos agrários que estão acontecendo em todo o Brasil, a exemplo do recém assassinato do casal matogrossense,Terezinha e Aluísio, mortos a tiros no sítio deles, no último dia (7), na Gleba União, na região conhecida como Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá.
Terezinha e Aluísio(Foto: Arquivo pessoal) A equipe da Secretaria de Política Agrária da CONTAG aproveita o momento para denunciar o vergonhoso orçamento proposto pelo governo federal para todas as áreas, em especial a queda de mais da metade dos recursos do INCRA, o que para a Confederação resultará no aumento dos conflitos no campo, pois não serão feitas marcações, titulações e obtenções de novas áreas. A CONTAG também firma seu compromisso com a unidade na luta dos movimentos do campo e da cidade, e aproveita para anunciar um Seminário Internacional que será realizado pela CONTAG e a União Internacional dos Trabalhadores na Alimentaçã (UITA), em março de 2018, com foco na violência do campo. TRABALHADORES MORTOS DIANTE DE UM GOVERNO OMISSO Ainda esta semana, mais precisamente na útilma quarta-feira (13), os trabalhadores rurais, Eraldo Moreira Luz e Jorge Matias da Silva, foram assassinados a tiros no Assentamento Boa Esperança, em Marabá-PA. Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apontam que as mortes no campo no sul e sudeste do Pará andam longe de acabar, pois só nesse pedaço da Amazônia existem 158 áreas de ocupação rural disputadas por trabalhadores(as) ruraus e fazendeiros, com um total de 14 mil pessoas envolvidas.
(Foto: Ronaldo Modesto) "O que mais nos preocupa é que o atual governo federal só observa de muito longe os conflitos no meio rural, como se ele não tivesse responsabilidade pelas milhares de famílias que estão ameaçadas e são assassinadas todos os dias. Uma posição vergonhosa e imoral de um governo que não tem compromisso com o povo brasileiro", afirma o secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias D'Angelo Borges. DADOS O ano de 2017 já pode ser considerado como um dos mais violentos para as defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil. Dados preliminares do Comitê apontam que, até agosto desse ano, foram registradas 58 mortes em todo o país, quase o total de mortes ocorridas em 2016 (quando 66 pessoas foram assassinadas em seus territórios). FONTE: Comunicação CONTAG- Barack Fernandes, com informações do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDDH)