Hoje (16) na imprensa, a Fetag/RS viu com surpresa e indignação a notícia do arrendamento e venda da Companhia Rio-grandense de Laticínios e Correlatos (Coorlac), uma das mais expressivas cooperativas do setor leiteiro, que está sendo repassada ao setor privado. O presidente da federação, Elton Weber, acredita que o negócio provocará o enfraquecimento do cooperativismo no Rio Grande do Sul, a exemplo do que ocorreu há alguns anos com a venda da indústria de leite CCGL em Teutônia.
Weber informa que havia interesse de outras cooperativas da área de laticínios em fazer parceria com a Coorlac. No entanto, pelo que se constata, a Coorlac simplesmente decidiu se incorporar a uma empresa privada, aumentando, com isso, o monopólio de empresas privadas no setor leiteiro do Estado.
"É mais um duro golpe no sistema cooperativo, que deveria se constituir no principal contraponto entre o sistema capitalista que vem historicamente explorando os agricultores, em especial os pequenos, e os trabalhadores, contribuindo para o aumento da exclusão no campo", observa.
O dirigente questiona qual será o futuro desse tipo de atitude, lembrando que no passado, quando o Estado abriu mão do patrimônio da Coorlac, passando o controle para a cooperativa, suas lideranças se comprometeram em fazer um projeto diferenciado, sob o controle dos agricultores. "Essa atitude é um recuo frente ao que fora proposto na época para o Estado", justifica.
A Fetag/RS chama a atenção da Assembléia Legislativa, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do próprio governo do Estado para que acompanhem de perto essa operação, já que o Estado, por intermédio da Assembléia, aprovou doação e repasse de patrimônio da estatal, à época Coorlac, para a nova cooperativa.
"Será que o agricultor e produtor de leite concordam? Como é possível o patrimônio da cooperativa (Estado) ser vendido e alugado, mesmo sabendo que cooperativas do segmento tinham interesse em fazer parceria com a Coorlac? Por que para o setor privado e não para o cooperativo? Alguém deve saber explicar e esperamos que isso seja feito o mais rápido possível", completa Weber. FONTE: Assessoria de Comunicação da Fetag/RS