O diretor-tesoureiro da Fetag/RS, Amauri Miotto, participou de reunião da Câmara Setorial do Trigo no dia 10 de setembro. O encontro aconteceu na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio. O dirigente manifestou preocupação com a possibilidade de haver uma drástica redução no preço do trigo.
O valor mínimo fixado do produto é R$ 28 para o tipo 1, enquanto o custo de produção é de R$ 34 a saca. "Como vamos produzir, se pagam R$ 25 pelo grão gaúcho (conhecido como trigo mole)? Esse número explica por si só que é impossível plantar trigo sem uma política de fortalecimento para a triticultura", justifica Miotto.
Recentemente, a Câmara dos Deputados solicitou ao governo gaúcho uma redução em 10% no ICMS do cereal. O índice ficaria em 2%, igual ao do Paraná. No entanto, as instituições representantes dos produtores querem que o governo federal agilize os mecanismos de escoamento da produção.
Os produtores também querem garantia de compra via Aquisições do Governo Federal (AGF). Isso porque o Rio Grande do Sul tem superoferta de trigo, embora o Brasil seja importador. A produção é de 5,5 milhões de toneladas para um consumo de 11 milhões de toneladas. Miotto explica que o problema é causado pelo fluxo da comercialização no período de colheita. Nesta época, o produtor precisa vender e não tem mercado. Logo em seguida, o Brasil acaba importando, como tem ocorrido em anos anteriores.
Conforme o dirigente, cada vez que o cereal é colocado a venda, o preço despenca e não é diferente na atual safra. A projeção de colheita no estado é de 1,8 milhão de toneladas, gerando um excedente de um milhão de toneladas dependentes de venda para outros estados. "Os mecanismos governamentais poderão amenizar os prejuízos na atual safra", observa.
O secretário João Carlos Machado ficou encarregado de continuar as tratativas com a Secretaria da Fazenda. Acredita-se que a própria governadora Yeda Crusius deverá ser a interventora no processo. FONTE: Fetag/RS