O anúncio oficial do Plano Safra 2010/2011 para a agricultura familiar foi feito na última quinta-feira (17), em Brasília, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura da Feira Nacional da Agricultura Familiar (Fenafra). O presidente da Fetag-RS, Elton Weber, esteve na solenidade e avaliou que as medidas foram as esperadas a partir do que havia sido apresentado no Grito da Terra Brasil, no dia 12 de maio, em Brasília. No entanto, explica Weber, existe um grupo de agricultores que estão endividados e não tem acesso a financiamentos. “Sem resolver os problemas pendentes – isso é resultado de anos adversos, em função do clima, quando não havia cobertura do Proagro ou seguro de preço; quando houve safra, como em 2007, mas não teve preço, a exemplo deste ano. Tudo isso causou um buraco no endividamento, sendo necessários novos contratos, prorrogação das dívidas, enfim, que seja propiciado um mecanismo para recuperar o crédito e assim acessar o Plano Safra e continuar produzindo alimentos”, justifica. O tesoureiro-geral da Fetag-RS, Amauri Miotto, lembra que nesse ano já sobraram recursos e em 2011, se a situação continuar assim, igualmente restarão. Ele disse que está diminuindo o número de agricultores beneficiados com os financiamentos, em função da inadimplência. “O Pronaf não foi criado para excluir agricultores em decorrência do endividamento, e sim para fortalecer. Os mecanismos de garantia de preços começaram a partir de 2008 e apenas é o início dessa política pública. Em relação ao seguro-agrícola, existem muitas falhas no programa. É preciso cuidado, pois há necessidade de melhorias, a garantia de preço, permitir o acesso aos recursos para os que querem produzir”, conta. Sobre a assinatura do decreto do Suasa pelo presidente Lula, Miotto adverte que não é o decreto que garante o Suasa. “O decreto não implica em dinheiro e o Suasa precisa estruturar as prefeituras, que necessitam contratar veterinário ou técnico para realizar o trabalho de inspeção – esse é o grande dilema. Esperamos que, junto com o decreto venham recursos para implementar a infraestrutura indispensável para operacionalizar a inspeção municipal. A maioria dos municípios está endividada. Temos que exigir na prática: o campo convive com a falta de renda, exigências ambientais e sanitárias, que custam dinheiro e tem que sair do trabalho do agricultor”, completa. FONTE: Comunicação da Fetag-RS