A Comissão Estadual do Leite da Fetag-RS esteve reunida hoje (21) para avaliar a queda no preço pago ao produtor. Integrantes da comissão trouxeram notas, o que foi possível perceber que em diversas regiões do Estado os valores recebidos apresentaram uma redução maior do que o indicado pelo Conselho Estadual do Leite. A comissão acredita que o segmento industrial precisa de alguns ajustes, já que ele não vai crescer se o produtor morrer. Além disso, criticou o governo pela liberação de importações de leite do Uruguai e da Argentina, que acabaram desestruturando o mercado. O produtor precisa de proteção, já que o leite é sensível no Mercosul. Conforme o tesoureiro-geral da Fetag-RS, Amauri Miotto, o que chamou a atenção dos dirigentes é o fato de que enquanto o preço médio no RS ficou na faixa de R$ 0,68, em Minas Gerais ele saltou para R$ 0,81. “É a primeira vez que se constata uma diferença tão elevada. Isto causa aos produtores uma forte apreensão em decorrência do achatamento do preço do leite no Estado”, observa. Segundo a comissão, não há projeção de aumento na produção de leite, inclusive em certas regiões até queda. Historicamente, a melhor remuneração ao produtor sempre ocorreu durante os meses de abril a julho. Neste ano, já em maio houve redução, sendo confirmada em junho e agora em julho se manteve a queda. “Estamos diante de uma situação nova e desta forma, dificilmente o Rio Grande do Sul vai se tornar um grande produtor de leite caso persista tal situação”, projeta. Endividamento Ao mesmo tempo, a Comissão de Política Agrícola discutiu o endividamento agrícola, uma questão que não é nova, mas é motivo de muita preocupação. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton Pinho de Bem, e representantes do Banrisul, Sicredi e Banco do Brasil estiveram presentes. Miotto relata várias situações em que o agricultor não terá como pagar os empréstimos, inclusive com a notícia hoje de que o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF) foi estendido a todo o Pronaf Investimento, o que é importante, mas mesmo assim talvez nem resolva a metade dos problemas. “As medidas em vigor tratam os problemas caso a caso para impedir que esses agricultores permaneçam inadimplentes. E desta forma, não poderão acessar o novo plano safra”, completa. FONTE: Comunicação da Fetag-RS