Na qualidade de presidente da FETAG, entidade legítima representante dos agricultores familiares no Rio Grande do Sul, venho, neste momento, me manifestar de forma veemente contra a Reforma da Previdência Social no contexto como ela se apresenta.
A FETAG entende que a instabilidade política que vive o País, em que foram destituídos de seus cargos os presidentes dos Três Poderes, demonstra a falta de credibilidade política necessária para propor mudanças, que retiram os direitos dos trabalhadores brasileiros, em especial dos rurais que defendemos.
Dizer que o agricultor tem que trabalhar 65 anos para ter direito à aposentadoria, o significa mais de 50 anos em atividade, é desconhecer a realidade e as condições de trabalho a que são submetidos o agricultor e a agricultora. Isso é não saber a importância que eles têm na produção de alimentos.
Ao mesmo tempo, afirmar que o agricultor tem que passar a contribuir para a Previdência Social demonstra um total desconhecimento da realidade e uma inverdade. Ele contribui com 2,1% de tudo o que produz, valor que é repassado à Previdência Social. O que o governo não diz é que, além de gastar mal os recursos, não consegue controlar as empresas que descontam do agricultor e não repassam à Previdência Social.
Por isso, a FETAG é contra a proposta de mudanças da maneira como está sendo colocada. Uma reforma exige que todos os poderes contribuam e não apenas alguns setores pagar a conta, principalmente os que ganham menos.
Então, se tem que haver reforma é preciso que ocorra em todos os poderes e com cortes de privilégios dos mais favorecidos, além de altos salários. Aí sim se começa a falar e dialogar com a reforma da Previdência Social.
A FETAG conclama que o cidadão precisa exercer o seu papel e dizer NÃO à reforma. Primeiro é necessário resolver o problema da crise política e depois discutir as reformas com o conjunto da sociedade.
Os agricultores familiares precisam se manter ao lado do seu Sindicato dos Trabalhadores Rurais para enfrentar a reforma e voltar às ruas para mostrar aos políticos que os cidadãos brasileiros não aceitam pagar essa conta sozinhos. FONTE: Carlos Joel da Silva, presidente da FETAG-RS